Rio de Janeiro, 9 abr (Xinhua) -- O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, afirmou nesta quinta-feira esperar que o país retome suas atividades normais "antes de três ou quatro meses" para que não haja mais complicações na economia causadas pela epidemia do novo coronavírus (Covid-19).

Em sua "live" semanal através do Facebook, Bolsonaro comparou os gastos de 600 bilhões de reais (US$ 120 bilhões) anunciados pelo governo para enfrentar o vírus e manter os empregos e a renda das empresas a um rio após a destruição de uma ponte.

"Já ultrapassou os 600 bilhões de reais. É isso que o governo está fazendo: tinha uma ponte que deu uma enchente e arrastou a ponte, estamos agora reconstruindo virtualmente a ponte, mas temos um limite: mais de três ou quatro meses fica complicado", disse o presidente que acrescentou esperar que "as atividades voltem antes" deste período.

Bolsonaro voltou a defender o fim do isolamento social amplo para pessoas fora dos grupos de risco da Covid-19 e enfatizou: "Por mim, quem não tem medo de quarentena já deveria estar trabalhando, porque nós deveríamos, na minha opinião, partir para o isolamento vertical".

Segundo o presidente, em alguns estados e cidades as atividades já estão sendo retomadas. "Acredito que brevemente tudo isso estará resolvido. Tenho notícias de que alguns governadores, alguns prefeitos, em cidades onde não há ninguém com o vírus, estão liberando o comércio."

Durante a transmissão, Bolsonaro, como havia feito na véspera em pronunciamento à nação por rádio e televisão, voltou a defender o uso da cloroquina como tratamento contra a Covid-19, embora ainda não existam estudos médicos conclusivos sobre a eficácia do medicamento para o vírus.

O Brasil é o país da América latina mais afetado pela Covid-19. Segundo o último balanço divulgado pelo governo, pelo menos 941 pessoas morreram e 17.857 foram infectadas.