O ministro de Portos e Aeroportos do Brasil, Silvio Costa Filho, afirmou nesta terça-feira que o governo está em negociações com a fabricante de aeronaves Embraer para encontrar mecanismos que mitiguem os efeitos da tarifa de 50% anunciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sobre os produtos brasileiros, com entrada em vigor prevista para 1º de agosto.

"A Embraer sabe que tudo o que estiver ao nosso alcance será feito para ajudá-la", disse o ministro durante evento no Aeroporto de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. Segundo ele, uma das alternativas em análise seria oferecer uma linha de crédito maior à empresa aeronáutica, identificada por analistas como uma das empresas brasileiras mais afetadas pela medida.

Em meados do mês, o presidente-executivo da companhia, Francisco Gomes Neto, afirmou que a tarifa de 50% por Trump pode ter um impacto na receita da Embraer semelhante ao da crise da COVID-19. Os Estados Unidos são o principal mercado da Embraer.

Francisco Gomes Neto, alertou que a sobretaxa poderia levar a cancelamentos de pedidos, atrasos nas entregas, redução de investimentos e potenciais cortes de pessoal.

A empresa estima um custo adicional de aproximadamente US$ 9 milhões para cada aeronave exportada para o mercado americano, seu principal destino comercial.

Neto disse naquela ocasião, em entrevista a jornalistas, que as tarifas podem causar cancelamentos de pedidos, adiamentos de entregas e diminuição de investimentos, além de possíveis reduções na força de trabalho, gerando um custo adicional de cerca de 9 milhões por avião exportado aos EUA.

A Embraer, terceira maior fabricante de aeronaves do mundo, depois da Boeing e da Airbus, e líder no segmento de voos regionais, depende de componentes importados dos Estados Unidos para montar suas aeronaves. O governo brasileiro indicou que a tarifa não impactaria apenas a indústria nacional, mas também as empresas americanas envolvidas na cadeia produtiva aeronáutica.