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Brasil utilizará navios de cruzeiro como hotéis flutuantes para hospedar participantes da COP30 em Belém

Fonte: Xinhua    21.07.2025 08h47

Dois navios de cruzeiro com capacidade total para até 6.000 pessoas vão operar como hotéis flutuantes durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada de 10 a 21 de novembro na cidade brasileira de Belém, no estado do Pará, na região amazônica, anunciou o governo brasileiro na última sexta-feira.

A contratação das embarcações foi formalizada pela Secretaria Extraordinária da COP30 e pela Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur). Os navios selecionados são o MSC Seaview e o Costa Diadema, ambos com capacidade combinada de aproximadamente 3.900 cabines. Os navios de cruzeiro ficarão atracados no Terminal Portuário do Outeiro, que está sendo ampliado para receber o evento.

Uma passarela conectará o terminal aos locais da conferência em aproximadamente 30 minutos, de acordo com as autoridades brasileiras.

A medida faz parte de um esforço mais amplo do país anfitrião para acomodar mais de 40 mil pessoas, incluindo delegações de Estados-membros da ONU, observadores, representantes de organizações da sociedade civil, pesquisadores, líderes empresariais e jornalistas.

Valter Correia, Secretário Extraordinário da COP30, explicou que a iniciativa se soma a outros esforços para ampliar a oferta de hospedagem na capital paraense, que enfrenta um desafio logístico significativo diante da magnitude do evento climático mais significativo do mundo.

"Estamos comprometidos em garantir condições adequadas de hospedagem para todos os participantes. Os navios de cruzeiro representam uma solução criativa e eficaz para complementar a rede hoteleira local", afirmou Correia.

As reservas de hospedagem serão gerenciadas em etapas, em todos os formatos: hotéis, aluguéis de curta temporada e cabines em navios de cruzeiro. Segundo o acordo entre o governo brasileiro e o Secretariado da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), a prioridade inicial será dada a 98 países em desenvolvimento ou insulares.

Para este primeiro grupo, os preços das acomodações não ultrapassarão US$ 220 por noite. Em uma segunda fase, outros países poderão reservar acomodações a preços de até US$ 600 por noite, conforme planejado pelo comitê organizador.

Além dos navios de cruzeiro, outras estratégias estão sendo implementadas para expandir a capacidade de hospedagem em Belém.

O governo do estado do Pará transformará 17 escolas públicas em acomodações temporárias, semelhantes a albergues, durante a COP30. Também estão sendo firmados acordos com plataformas digitais como Airbnb e Booking.com para incentivar o cadastro de moradias e ampliar a oferta disponível na região.

A escolha de Belém como sede da COP30 reforça a centralidade da Amazônia na agenda climática global. Esta será a primeira vez que uma cidade amazônica sediará uma conferência climática desta magnitude.

As autoridades brasileiras enfatizaram a importância de garantir infraestrutura adequada e sustentável para os milhares de participantes da cúpula, que visa promover os compromissos internacionais para enfrentar as mudanças climáticas e promover um desenvolvimento mais equitativo e resiliente.

De acordo com dados oficiais, espera-se uma injeção significativa de recursos na economia local como resultado do evento, especialmente em setores como turismo, serviços, transporte e alimentação.

O governo brasileiro vê a COP30 como uma oportunidade de consolidar o país como líder na transição ecológica e no combate às mudanças climáticas, além de dar visibilidade internacional à região amazônica e suas populações tradicionais.

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