O Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, informou na noite de última sexta-feira que revogou os vistos americanos para o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil, Alexandre de Moraes, e "de seus aliados e de seus familiares imediatos".
Em nota publicada na rede social X, Rubio disse que "O presidente Trump deixou claro que seu governo responsabilizará estrangeiros responsáveis pela censura de expressão protegida nos Estados Unidos. A caça às bruxas política do Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, contra Jair Bolsonaro criou um complexo de perseguição e censura tão abrangente que não apenas viola direitos básicos dos brasileiros, mas também se estende além das fronteiras do Brasil, atingindo os americanos".
"Portanto, ordenei a revogação dos vistos de Moraes e seus aliados no tribunal, bem como de seus familiares próximos, com efeito imediato", acrescentou, sem deixar claro quem seriam os aliados citados.
A medida de Rubio foi anunciada horas após Moraes impor medidas cautelares contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, que passou a usar tornozeleira eletrônica e a cumprir prisão domiciliar das 19h às 6h, de segunda a sexta-feira, e em período integral nos fins de semana e feriados. Além disso, está proibido de usar redes sociais, manter contato com embaixadores ou autoridades estrangeiras, bem como de se aproximar de embaixadas e consulados.
A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão na residência de Bolsonaro e na sede do Partido Liberal do ex-presidente em Brasília.
As medidas foram solicitadas pela Polícia Federal e apoiadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), segundo a qual havia concreta possibilidade de fuga do ex-presidente.
Bolsonaro é réu em um processo criminal que investiga o núcleo central de uma tentativa de golpe de Estado em 2022, após perder a reeleição nas eleições gerais para o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na segunda-feira, a Procuradoria-Geral da República solicitou a condenação do ex-presidente por fomentar "a insatisfação e o caos social" após sua derrota eleitoral.