A maior fábrica de mosquitos do mundo foi construída recentemente no Parque Tecnológico da Saúde de Curitiba, no Paraná, sul do Brasil. A fábrica tem capacidade para produzir 100 milhões de ovos de mosquito por semana.

A expectativa é de que a fábrica brasileira encontre um método eficaz de controle biológico para prevenir a propagação de doenças transmitidas por mosquitos, como a dengue.

A fábrica de mosquitos é especializada na produção de mosquitos Aedes aegypti portadores da bactéria Wolbachia. O Aedes aegypti é o principal vetor de doenças transmitidas por mosquitos, como a dengue, chikungunya e vírus zika.

Estudos recentes demonstraram que a Wolbachia pode impedir a reprodução dos vírus das doenças transmitidas por mosquitos mencionados acima em mosquitos Aedes aegypti, ao mesmo tempo que confere aos mosquitos portadores dessa bactéria uma vantagem reprodutiva sobre os mosquitos que não a transmitem.

A Wolbachia existe em mais da metade dos insetos do mundo, mas o mosquito nativo Aedes aegypti não possui essa bactéria. Após anos de pesquisa, cientistas conseguiram reproduzir com segurança mosquitos Aedes aegypti infectados com Wolbachia.

Após a liberação no ambiente natural dos mosquitos Aedes aegypti infectados, produzidos pela fábrica de mosquitos, os mosquitos Aedes aegypti infectados se reproduzem com populações selvagens de mosquitos Aedes aegypti e geram descendentes portadores da bactéria.

À medida que a proporção de mosquitos Aedes aegypti infectados continua a aumentar, a possibilidade de transmissão da dengue, da chikungunya e do vírus Zika para humanos diminui.