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Vice-ministro venezuelano destaca papel estratégico da IA e das comunicações para o Sul Global

Fonte: Xinhua    17.07.2025 13h30

O Vice-ministro das Comunicações e Informação da Venezuela, Joha Rodríguez, afirmou na quarta-feira que os países do Sul Global devem adotar a inteligência artificial (IA) como ferramenta estratégica para seu desenvolvimento e defendeu a consolidação de uma nova ordem internacional de comunicações que respeite a diversidade cultural e fomente a cooperação.

Durante entrevista concedida no âmbito do Fórum de Mídia e Think Tank do BRICS, realizado no Rio de Janeiro, Rodríguez apoiou a iniciativa conjunta dos países participantes de comparar estruturas salariais e coordenar políticas de IA, destacando sua importância prática para as nações do Sul Global.

"Acreditamos, mais do que nunca, que esta nova era tecnológica propõe o uso da IA em todas as áreas da vida", afirmou.

O funcionário venezuelano sustentou que a IA representa uma oportunidade inescapável e deve ser abraçada como uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento. "Nunca fizemos parte desses países ou dessas vozes que lamentam a IA. Pelo contrário, acreditamos que ela é apenas mais uma ferramenta. É o futuro."

Durante a pandemia da COVID-19, explicou Rodríguez, o uso da IA possibilitou o processamento de grandes volumes de informações de saúde, o que ajudou os sistemas de saúde a antecipar possíveis aumentos de infecções. "Isso nos permitiu alertar o sistema de saúde do país sobre a possibilidade de um aumento na curva de infecções ou, inversamente, uma diminuição, o que implicava que a sociedade estava se recuperando."

Nesse sentido, ele afirmou que o conhecimento e o uso de programas de IA devem se tornar um requisito essencial para as novas gerações, independentemente de sua área de formação. "Assim como precisamos de um nível de educação para avançar para um nível superior, o domínio da IA em breve será indispensável em carreiras como medicina, engenharia, literatura, arte ou história."

Rodríguez enfatizou que a nova onda tecnológica do século XXI, diferentemente das revoluções anteriores, não surge exclusivamente dos pólos hegemônicos tradicionais. "Eles nunca imaginaram que em 2023 e 2024 veríamos as primeiras imagens de robôs andando sobre duas pernas na China. Foi uma subestimação civilizacional."

Ele disse que a tecnologia não deve servir apenas ao consumo de bens, mas deve responder às necessidades reais das pessoas do Sul Global. "Não se trata apenas de ter o celular mais moderno, a televisão mais moderna ou o veículo mais moderno. Trata-se de essa tecnologia realmente atender às necessidades fundamentais: estudar, produzir alimentos de qualidade, proteger a Terra, prevenir a poluição da água e do ar e garantir uma vida saudável."

Rodríguez também alertou sobre o papel central que a comunicação desempenha hoje nos conflitos globais. "A comunicação é, hoje, a primeira linha de batalha em qualquer conflito armado no planeta."

Ele enfatizou a importância da cooperação entre os países do Sul. "Apoiamos profundamente a iniciativa de unir o Sul Global para expressar nossas necessidades e construir soluções inclusivas e específicas para cada país, sem desconsiderar outras formas de pensar, com profundo respeito à cultura, às religiões, ao meio ambiente e à individualidade. Isso é diversidade. Isso é multilateralismo", afirmou.

"Venezuela e China, com suas características e especificidades, compartilham um caminho comum. Pensamos o mundo, o ser humano e a humanidade sob uma perspectiva de respeito, sustentabilidade e justiça", concluiu.

O Fórum de Mídia e Think Tanks do BRICS reuniu autoridades, pesquisadores e comunicadores dos países-membros e parceiros do grupo no Rio de Janeiro para discutir os desafios da ordem internacional e promover uma visão multilateral e equitativa da governança global.

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