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17ª Cúpula do BRICS aprova fortalecimento da Cooperação do Sul Global para governança inclusiva e sustentável

Fonte: Xinhua    07.07.2025 13h23

A 17ª Cúpula de Líderes do BRICS aprovou uma declaração neste sábado, no Rio de Janeiro, intitulada "Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança Mais Inclusiva e Sustentável", que reafirmou o compromisso "com o espírito do BRICS de respeito mútuo e compreensão, igualdade soberana, solidariedade, democracia, abertura, inclusão, colaboração e consenso".

"Com base nas Cúpulas do BRICS dos últimos 17 anos, ampliamos nosso compromisso de fortalecer a cooperação dentro do BRICS expandido sob os três pilares da cooperação: política e segurança; econômica e financeira; e cultural e interpessoal", afirmou o comunicado.

Os líderes também se comprometeram a "aprimorar nossa parceria estratégica em benefício de nossos povos, promovendo a paz, uma ordem internacional mais representativa e justa, um sistema multilateral revigorado e reformado, desenvolvimento sustentável e crescimento inclusivo".

O documento antecipou a adoção de uma declaração sobre Finanças Climáticas, outra sobre Governança Global da Inteligência Artificial e o lançamento da Aliança dos BRICS para a Eliminação de Doenças Socialmente Determinadas, que serão divulgadas durante a Cúpula, que se encerra nesta segunda-feira.

"Reiteramos nosso compromisso com a reforma e o aprimoramento da governança global, promovendo um sistema internacional e multilateral mais justo, equitativo, ágil, eficaz, eficiente, responsivo, representativo, legítimo, democrático e responsável, em um espírito de ampla consulta, contribuição conjunta e benefícios compartilhados", afirma a Declaração.

Os líderes enfatizaram a necessidade de adaptar a arquitetura atual das relações internacionais para melhor refletir as realidades contemporâneas.

Nesse sentido, reafirmaram "nosso compromisso com o multilateralismo e a defesa do direito internacional, incluindo os Propósitos e Princípios consagrados na Carta das Nações Unidas (ONU), em sua integralidade e interconexão como seu fundamento indispensável, e o papel central da ONU no sistema internacional."

Concordaram também que "dadas as realidades contemporâneas de um mundo multipolar, é essencial que os países em desenvolvimento intensifiquem seus esforços para promover o diálogo e as consultas com vistas a uma governança global mais justa e equitativa e a relações mutuamente benéficas entre as nações".

"Em seu 80º aniversário, reiteramos a necessidade urgente de reformar as Instituições de Bretton Woods para torná-las mais ágeis, eficazes, confiáveis, inclusivas, adequadas à sua finalidade, imparciais, responsáveis e representativas, fortalecendo sua legitimidade", enfatizaram.

Rejeitaram a proliferação de ações restritivas ao comércio, que ameaçam reduzir ainda mais o comércio global, interromper as cadeias de suprimentos globais e introduzir incerteza nas atividades econômicas e comerciais internacionais.

"Nesse contexto, reiteramos nosso apoio a um sistema multilateral de comércio baseado em regras, aberto, transparente, justo, inclusivo, equitativo, não discriminatório e consensual, com a OMC em seu núcleo, com tratamento especial e diferenciado (TSD) para seus membros em desenvolvimento", declararam.

Em relação à promoção da paz, segurança e estabilidade internacionais, expressaram preocupação com os conflitos em curso em várias partes do mundo e com o atual estado de polarização e fragmentação da ordem internacional.

"Expressamos preocupação com a tendência atual de aumento crítico dos gastos militares globais, em detrimento do financiamento adequado para o desenvolvimento dos países em desenvolvimento", afirmou o comunicado.

Apelaram ao aprofundamento da cooperação internacional em economia, comércio e finanças, destacando o compromisso dos BRICS com o fortalecimento dos laços econômicos e financeiros, buscando um crescimento inclusivo e sustentável.

Defenderam a promoção do comércio, da economia digital, da inovação financeira e o papel central do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) para o Sul Global, bem como iniciativas para facilitar pagamentos transfronteiriços e cadeias de suprimentos resilientes.

Em relação às mudanças climáticas e à promoção do desenvolvimento sustentável, justo e inclusivo, defenderam iniciativas para a transição energética, adaptação climática e biodiversidade, reafirmando a necessidade de colaboração global para objetivos determinados nacionalmente e garantindo que o progresso beneficie a todos, especialmente às comunidades vulneráveis.

Por fim, enfatizaram a importância de promover o desenvolvimento humano, social e cultural além da esfera econômica, priorizando melhorias na educação e no intercâmbio cultural para construir sociedades mais equitativas, a compreensão mútua, a amizade e a cooperação.

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