Foto: Ricardo Stuckert / PR
O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, enfatizou a importância da cooperação econômica entre os países do BRICS durante seu discurso no Fórum Empresarial do bloco, neste sábado, e defendeu o multilateralismo diante das crescentes tendências protecionistas.
Lula liderou o evento no Píer Mauá, no Rio, juntamente com o primeiro-ministro da Malásia, Datuk Seri Anwar Ibrahim; o vice-presidente brasileiro, Geraldo Alckmin; e Ricardo Alban, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
"Tenho a convicção de que cabe aos governos abrir portas aos empresários fazer negócios. Estou certo de que este Fórum e a Cúpula do BRICS que se inicia amanhã aportarão soluções. Ao invés de barreiras, promovemos integração. Contra a indiferença, construímos solidariedade", destacou o presidente, indicando que aproximar os setores produtivos é um pilar fundamental do BRICS.
Neste ano, o fórum aborda temas cruciais para o desenvolvimento econômico sustentável, com destaque para estratégias de comércio e segurança alimentar, transição energética, descarbonização, desenvolvimento de habilidades e economia digital, além de financiamento e inclusão financeira.
O presidente destacou o poder econômico do BRICS, afirmando que seus onze membros plenos "já ultrapassam 40% do PIB global em paridade de poder de compra" e enfatizou que, em 2024, enquanto o crescimento global foi de 3,3%, os países do BRICS alcançaram uma expansão média de 4%, e uma taxa maior é esperada para este ano.
O presidente brasileiro afirmou que a incorporação de novos parceiros e convidados consolidou o grupo como um "centro unificador de economias prósperas e dinâmicas", permitindo-lhes enfrentar juntos os desafios da crise financeira de 2008 e da pandemia de COVID-19.
Lula também foi enfático em favor do multilateralismo ao abordar o cenário econômico global.
"Diante do ressurgimento do protecionismo, cabe aos países emergentes defender o regime multilateral de comércio e reformar a arquitetura financeira internacional. O BRICS continua sendo o garantidor de um futuro promissor", declarou.
Ele propôs que os países do BRICS liderem um novo modelo de desenvolvimento, focado em "agricultura sustentável, indústria verde, infraestrutura resiliente e bioeconomia", destacando o potencial agrícola do bloco, que compreende 33% das terras aráveis e representa 42% da produção agrícola global.
"O BRICS foi essencial para a criação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. O fortalecimento do complexo industrial da saúde amplia o acesso a medicamentos e é essencial para a superação de doenças socialmente determinadas que afligem os mais vulneráveis."
Por fim, o presidente brasileiro vinculou a prosperidade à paz global e pediu o fim dos conflitos atuais em todo o mundo.
"Não haverá prosperidade em um mundo de conflitos", afirmou, acrescentando que "acabar com as guerras e os conflitos que se acumulam é uma das responsabilidades dos chefes de Estado e de governo".