Elon Musk discursa durante coletiva de imprensa na Casa Branca em Washington, DC, EUA, em 30 de maio de 2025. [Foto: Agências]
O bilionário da tecnologia Elon Musk anunciou no sábado (5) que "o Partido América foi formado para devolver a liberdade", após uma pesquisa online que ele lançou no início da semana e que mostrou forte apoio a uma nova força política.
"O Dia da Independência é o momento perfeito para perguntar se você quer independência do sistema bipartidário (alguns diriam unipartidário)", escreveu Musk na publicação de sexta-feira (4) que anunciou a pesquisa. Mais de 65% dos 1,2 milhão de espectadores apoiaram a ideia.
Respondendo aos resultados no sábado, Musk escreveu: "Por um fator de 2 para 1, você quer um novo partido político e você o terá! Quando se trata de levar nosso país à falência com desperdício e corrupção, vivemos num sistema de partido único, não numa democracia."
Musk afirmou que o Partido da América se concentrará em duas ou três cadeiras no Senado e em oito a dez distritos na Câmara, uma estratégia que, segundo ele, pode influenciar o controle num Congresso com uma divisão estreita.
Mas especialistas em direito eleitoral observam as altas barreiras à entrada de novos partidos. Na Califórnia, os organizadores precisam registrar cerca de 75.000 membros ou coletar 1,1 milhão de assinaturas para aparecer nas cédulas.
Estrategistas políticos sugerem que o anúncio de Musk pode ter como objetivo mais pressionar os legisladores do que construir um terceiro partido duradouro. A medida segue a aprovação do Projeto de Lei "Grande e Bela Lei" do presidente Donald Trump, que cortou os incentivos para veículos elétricos e aumentou os gastos federais — medidas às quais Musk, cuja empresa Tesla se beneficia de subsídios para veículos elétricos, se opôs.
Musk ameaçou financiar concorrentes aos legisladores que apoiaram o projeto de lei. Trump, por sua vez, insinuou que reavaliaria o que chamou de "bilhões em subsídios" vinculados a empreendimentos ligados a Musk.
Analistas dizem que a atitude de Musk parece mais uma tática de barganha de alto nível do que o início de uma grande reformulação do sistema político dos EUA.