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Importância da Participação Social no Fortalecimento do BRICS é destacada

Fonte: Xinhua    07.07.2025 08h19

Autoridades e representantes de organizações sociais enfatizaram nesta sexta-feira, na abertura do Conselho Popular do BRICS, no Rio de Janeiro, a importância da participação popular na construção de propostas para o grupo, na reconfiguração da ordem mundial a partir do Sul Global e na promoção de um multilateralismo mais justo.

O encontro de dois dias, realizado no Teatro Carlos Gomes, no Centro do Rio, antecede a Cúpula de Líderes, que ocorrerá nos dias 6 e 7 de julho. Na ocasião, o Conselho Civil do BRICS apresentará um documento com as propostas emanadas dos grupos de trabalho com participação popular.

Durante a abertura, representantes do Governo Federal e de movimentos sociais ressaltaram a relevância da escuta ativa da sociedade na construção das políticas multilaterais.

O ministro Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência da República, destacou a importância da participação social no BRICS: "Não acredito em nada que é feito sozinho. É o povo que conhece a realidade e sabe do que precisa. Assim, podemos construir políticas públicas efetivas. Que este Conselho possa dialogar com a Cúpula dos BRICS, como já realizamos com sucesso no G20 Social".

Por sua vez, o Secretário Lucas Barbosa, da Coordenação-Geral de Mecanismos Inter-regionais do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, afirmou que o Conselho Civil do BRICS representa um importante avanço institucional, permitindo que vozes tradicionalmente sub-representadas participem da formulação de propostas concretas.

"A presidência brasileira do BRICS em 2025 apoia plenamente esse diálogo com a sociedade civil. Durante nossa presidência, marcamos um marco sem precedentes na história do BRICS: realizamos uma sessão de trabalho com os Sherpas, que contou com a presença de dez mecanismos representativos da sociedade civil dos países-membros, incluindo o próprio Conselho Civil e o Conselho da Juventude", observou.

Barbosa destacou que outra iniciativa pioneira é a apresentação do relatório do Conselho Civil na cúpula de líderes.

"O Presidente Lula acredita firmemente que as organizações internacionais devem estar abertas à participação da sociedade civil. Somente quando envolvermos nossa sociedade nesses debates poderemos superar a distância com que a opinião pública em geral percebe as organizações internacionais", afirmou.

O diplomata antecipou que o documento a ser apresentado na Cúpula dos Líderes representa "uma forte mensagem de apoio ao multilateralismo e ao fortalecimento de sistemas multilaterais que estão sob ataque, como os de saúde, comércio e meio ambiente".

A representante russa do Conselho Civil do BRICS, Victoria Panova afirmou que a participação social nas decisões do bloco é uma contribuição fundamental.

"O Conselho Civil do BRICS não é apenas um movimento ou um clube, é uma família. Podemos afirmar que o BRICS já se consolidou como um grupo único no cenário global. No entanto, o Conselho Civil do BRICS acrescenta uma dimensão adicional, demonstrando amplamente a proximidade entre nossos povos e tudo o que podemos alcançar juntos para o seu bem-estar. Isso demonstra o grande potencial do BRICS para beneficiar as bases", afirmou.

Ela lembrou que o Conselho Civil do BRICS foi criado na Cúpula de Kazan, na Rússia, no ano passado, e que este ano o documento preparado pelo órgão não será apenas recebido pelos sherpas, mas também apresentado na Cúpula de Líderes.

"Com a criação do Conselho Civil do BRICS no ano passado, garantimos a continuidade de seu trabalho e que as vozes dos cidadãos dos países do BRICS sejam ouvidas, independentemente de quem esteja no governo", afirmou.

"Dessa forma, o BRICS assumiu uma responsabilidade clara: temos o mandato de discutir questões relevantes para todos nós, garantindo que os projetos que promovemos sejam socialmente vitais e que os governos os levem em consideração. Isso é de suma importância", enfatizou.

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