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BRICS pede um FMI com mais voz para o Sul Global e tributação global dos super-ricos, afirma ministro brasileiro

Fonte: Xinhua    07.07.2025 13h19

Negociadores dos países-membros do BRICS concordaram no Rio de Janeiro com uma declaração propondo uma reforma do Fundo Monetário Internacional (FMI), ampliando a voz dos países emergentes e em desenvolvimento e trabalhando para garantir que os super-ricos do mundo paguem impostos para um mecanismo tributário global mais inclusivo, anunciou o ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad, neste sábado.

O anúncio de Haddad ocorreu em um discurso durante a Primeira Reunião de Ministros das Finanças e Presidentes de Bancos Centrais do BRICS, antes da Cúpula de Líderes no Rio de Janeiro, visto que o Brasil ocupa a presidência do bloco em 2025.

O ministro destacou vários dos acordos financeiros do BRICS que visam um sistema internacional mais justo.

"Negociamos um documento inédito: a 'Visão do Rio de Janeiro para o FMI'." Trata-se de uma declaração que propõe um FMI mais representativo, que reflita a evolução da economia global. "Atuando juntos, podemos ampliar a voz dos países emergentes e em desenvolvimento no FMI. Podemos também promover uma governança mais justa e transparente nesta instituição, que continua fundamental como centro da rede de segurança financeira global", disse Haddad.

Outro ponto destacado por ele é que, na declaração, "o BRICS reafirma sua vocação multilateral ao expressar seu apoio ao estabelecimento de uma Convenção-Quadro das Nações Unidas para a Cooperação Internacional em Matéria Tributária."

"Este é", explicou ele, "um passo decisivo em direção a um sistema tributário global mais inclusivo, justo, eficaz e representativo, condição necessária para que os super-ricos do mundo finalmente paguem sua justa parcela de impostos."

A presidência brasileira do BRICS fez da defesa do multilateralismo uma marca registrada, afirmou o ministro. "Não há solução individual para os desafios do mundo contemporâneo. Nenhum país, por mais poderoso que seja, pode responder sozinho ao aquecimento global ou satisfazer as aspirações legítimas da maioria da humanidade por uma vida digna. A ideia de criar ilhas de prosperidade exclusiva em meio à policrise contemporânea é moralmente inaceitável. Em vez disso, devemos encontrar soluções cooperativas para nossos desafios comuns", enfatizou.

Para Haddad, o BRICS é o principal fórum com maior legitimidade para promover uma nova forma de globalização.

"O BRICS nasceu da demanda de nossos países por maior participação no sistema financeiro internacional. Juntos, representamos quase metade da humanidade e estamos na vanguarda das indústrias que definirão o curso do desenvolvimento humano. O BRICS representa a face do futuro", disse o ministro.

Nesse contexto, ele relatou que as autoridades financeiras do bloco têm trabalhado para facilitar o comércio e os investimentos entre os países do BRICS, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, ao qual Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irã e Indonésia se uniram, o que, segundo Haddad, "mudou a dimensão" do grupo.

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