No dia 24 de janeiro, um voo transportando 88 imigrantes ilegais brasileiros deportados pelos Estados Unidos chegou a Manaus, no Brasil. Segundo os deportados, durante a longa viagem, eles ficaram algemados e não conseguiam se alimentar nem usar o banheiro normalmente. Além disso, a falha do ar condicionado da aeronave quase resultou em tragédia.
Em uma entrevista recente concedida ao Grupo de Mídia da China (CMG), um dos deportados relatou: “A água distribuída no avião vinha em garrafas muito pequenas e era impossível beber, pois minhas mãos estavam algemadas à corrente da cintura. Então, tive que me abaixar com força e apertar a garrafa para fazer a água espirrar na minha boca. Mesmo assim, não conseguia beber. Quando apertava a garrafa, a água espirrava e eu fiquei todo encharcado.”
“Nas 48 horas de voo, só nos deram comida uma vez, um sanduíche esfarelado. O sanduíche estava roxo. Eu estava com muita fome, o que eu poderia fazer? Tive que comer.”
O depoimento seguiu, descrevendo a falha do ar condicionado quando o avião pousou em Manaus. "Ficamos presos em uma cabine fechada depois que a tripulação desembarcou. As pessoas não conseguiam respirar. Não havia ar na cabine. Eu consegui abrir a porta da saída de emergência e comecei a gritar para a polícia: 'Socorro! Socorro!' Pedi para que entrassem e nos salvassem, porque pensei que iria morrer."
Em 26 de janeiro, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil emitiu uma declaração expressando indignação pelo tratamento desumano dado aos imigrantes brasileiros e convocou o Encarregado de Negócios dos EUA no Brasil para esclarecimentos.