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Avanço tecnológico da China: alimentando a inovação global por meio da cooperação

Fonte: Diário do Povo Online    01.04.2025 09h38

Li Tielin, Diário do Povo

Os desenvolvimentos recentes na indústria automobilística da China geraram repercussões significativas, à medida que as montadoras chinesas compartilham cada vez mais tecnologias de ponta com parceiros globais.

Operário na linha de produção da fábrica de baterias da montadora chinesa BYD em Manaus, Brasil. (Foto: Hu Zexi/Diário do Povo)

Em um exemplo evidente, as marcas de veículos elétricos Dongfeng Motor, incluindo a Voyah, começaram a trocar tecnologias com parceiros de joint venture como a Dongfeng Nissan.

Essa tendência não é isolada. A Xpeng está colaborando com o Grupo Volkswagen China no desenvolvimento de veículos elétricos, enquanto a SAIC Motor se uniu à marca premium da Volkswagen, Audi, para desenvolver uma plataforma digital para veículos inteligentes e elétricos.

Em mais um sinal de cooperação estratégica, a empresa chinesa de direção autônoma Pony.ai formou uma joint venture com a GAC Toyota Motor e a Toyota China Investment, destacando uma aliança cada vez maior entre inovadores chineses e líderes globais da indústria.

Historicamente, as montadoras estrangeiras dominavam o mercado global de automóveis, com as joint ventures servindo como principal canal para as empresas chinesas aprenderem técnicas avançadas de fabricação e experiência em gestão. Essas parcerias iniciais estabeleceram as bases para o crescente cenário industrial da China. Hoje, no entanto, a dinâmica colaborativa mudou drasticamente.

Avanços nas principais tecnologias de eletrificação - incluindo baterias, motores e sistemas de controle sofisticados - bem como avanços na direção inteligente, elevaram as marcas chinesas de meros aprendizes de tecnologia a líderes do setor. Antes caracterizadas por uma troca de acesso ao mercado por know-how tecnológico, essas joint ventures veem agora cada vez mais empresas chinesas fornecendo suporte tecnológico crítico a seus parceiros globais.

A transição de seguidor para líder no setor foi impulsionada por vários fatores. O mais importante entre eles é o compromisso com a inovação independente, demonstrado pelo desenvolvimento doméstico de chips de alto desempenho, sistemas LiDAR, tecnologias híbridas e direção autônoma.

Igualmente importante tem sido o esforço colaborativo em todo o setor, reforçado por políticas governamentais de apoio, pesquisa e desenvolvimento robustos, melhor colaboração entre um mercado eficaz e um governo proativo, um ecossistema industrial abrangente e um mercado alargado.

Medidas como a proliferação de infraestruturas de carregamento de VE, isenções fiscais direcionadas e programas piloto de transição de transporte público para veículos elétricos estimularam coletivamente esse rápido avanço.

Além disso, os fabricantes chineses de NEV se tornaram profundamente integrados às cadeias industriais e de suprimentos globais, expandindo sua presença internacional e ampliando seus serviços para mercados globais. Montadoras como a Geely, Changan e Chery revelaram novas estratégias globais este ano, com planos para novas instalações de fabricação no exterior avançando em ritmo acelerado.

A evolução da indústria de veículos elétricos da China - de uma dependência de tecnologias importadas para se tornar um contribuidor no cenário global - reflete o compromisso mais amplo da nação com a abertura e colaboração internacional. Essa abordagem é ilustrada pela implementação do DeepSeek, um dos modelos de inteligência artificial (IA) da China, no data center da Aramco, da Arábia Saudita.

Enquanto isso, a sonda lunar chinesa Chang'e-6 carregava instrumentos científicos desenvolvidos por meio da cooperação internacional - um analisador de íons negativos da Agência Espacial Europeia e um detetor de gás radônio da França. A startup britânica Volklec fechou um acordo de licenciamento com a Far East Battery da China para usar sua tecnologia para fabricar baterias para armazenamento de energia e veículos elétricos, consolidando ainda mais a colaboração transfronteiriça.

Cada vez mais, as inovações científicas e tecnológicas chinesas estão dando frutos em todo o mundo, demonstrando que não são desenvolvidas apenas para benefício nacional, mas promovem oportunidades por meio de trocas e cooperação. Isso facilita o compartilhamento de conquistas, incentiva a co-criação de ecossistemas e apoia o desenvolvimento comum em escala global.

Os acadêmicos estrangeiros veem agora a China como um "facilitador" - uma nação que alavanca o comércio, as exportações de capital e a transferência de tecnologia para promover um desenvolvimento global mais equitativo e abordar disparidades globais de longa data. Como beneficiária de trocas científicas e tecnológicas internacionais, a China está ativamente abraçando seu papel de fomentar uma cooperação internacional aberta, justa, equitativa e não discriminatória no domíbio da ciência e da tecnologia.

Em meio a uma nova rodada de revolução tecnológicas e transformações industriais - impulsionada por avanços em IA, tecnologia quântica e biotecnologia - a necessidade de trocas de ideias e melhor alocação de recursos nunca foi tão grande. Abordagens isolacionistas como "desacoplamento e quebra de correntes" e "pátios pequenos e muros altos" irão apenas atrapalhar o progresso tecnológico.

Embora a competição tecnológica seja inevitável, enquadrá-la como um jogo de soma zero ignora o vasto potencial de sucesso compartilhado. O desenvolvimento do setor de veículos elétricos da China oferece uma experiência atraente: abertura e cooperação criam oportunidades para benefício mútuo, proporcionando um ecossistema global onde a inovação prospera.

Ao intensificar seu compromisso com a inovação tecnológica e a cooperação internacional, a China não está apenas aprimorando seu próprio cenário industrial, mas também contribuindo para o avanço da tecnologia em todo o mundo, reforçando a ideia de que o progresso é melhor alcançado por meio des parcerias em vez de divisões.

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