O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu na quarta-feira a presunção de inocência do ex-presidente Jair Bolsonaro (2019-2023) e seu direito à ampla defesa, após ser acusado de crimes relacionados à tentativa de golpe em 2022.
"A única coisa que posso dizer é que, neste país, durante o tempo em que governo o Brasil, todas as pessoas têm direito à presunção de inocência", ressaltou o presidente em entrevista coletiva no Palácio do Planalto.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou nesta terça-feira, no Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro e outras 33 pessoas pelos crimes de golpe de Estado, supressão violenta do Estado democrático de direito e organização criminosa, na tentativa de impedir o terceiro mandato de Lula da Silva.
Segundo investigação da Polícia Federal, os fatos ocorreram após a vitória de Lula da Silva nas eleições gerais de 2022 e envolvem diversas autoridades do governo Bolsonaro, incluindo militares de alta patente.
No entanto, a defesa de Bolsonaro nega as acusações e garante que o ex-presidente "jamais colaborou com qualquer movimento que visasse destruir o Estado Democrático de Direito ou as instituições que o sustentam".
"Se eles provarem que não tentaram golpe, e se eles provarem que não tentaram matar o presidente, o vice-presidente (Geraldo Alckmin) e o (então) presidente do Tribunal Superior Eleitoral (Alexandre de Moraes), eles estarão livres e serão cidadãos que poderão viajar por todo o Brasil. Agora, se o juiz concluir que eles são culpados, eles terão que pagar pelo erro que cometeram", frisou Lula da Silva.
"Então é só a acusação, o caso agora vai para a Suprema Corte e eles terão todo o direito de se defender. É tudo o que posso dizer", concluiu.