Secretário da Convenção do Clima da ONU diz no Brasil que transição energética é "imparável"

Fonte: Xinhua    07.02.2025 13h24

Simon Stiell, secretário executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), disse quinta-feira durante uma conferência em Brasília que a transição energética é "imparável".

Na conferência, realizada no Instituto Rio Branco, a academia da diplomacia brasileira, Stiell argumentou que os países ricos devem cumprir com suas obrigações financeiras para que as nações mais vulneráveis não sofram todas as consequências das mudanças climáticas.

Este ano, o Brasil sediará a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que acontecerá em novembro na cidade amazônica de Belém do Pará. O embaixador André Correa do Lago, que preside a COP30, esteve ao lado do secretário da UNFCCC na apresentação da tarde desta quinta-feira.

Stiell ressaltou que os incêndios que devastaram Los Angeles, nos Estados Unidos, por exemplo, são um alerta de que até mesmo as maiores potências do mundo sofrerão as consequências do aquecimento global.

Respondendo a uma pergunta da plateia sobre o anúncio do presidente norte-americano, Donald Trump, de se retirar do Acordo de Paris, Stiell disse que a oportunidade de ganhar dinheiro com a transição energética "é simplesmente grande demais para ser ignorada".

"É por isso que -- acima de todos os outros fatores -- a transição para a energia limpa é agora imparável: por causa da escala colossal da oportunidade econômica que ela apresenta", disse ele.

Para o secretário da UNFCCC, o espaço deixado pelos Estados Unidos será preenchido por outras nações.

"Um país pode dar um passo para trás, mas outros já estão se posicionando para tomar seu lugar e colher enormes recompensas: maior crescimento econômico, mais empregos, menos poluição e custos de saúde muito mais baixos, energia mais segura e acessível", disse ele.

Stiell admitiu que há uma enorme lacuna entre o que foi feito em termos de financiamento climático e o que precisa ser feito.

A última COP 29, realizada em Baku, estabeleceu uma nova meta de US$ 300 bilhões em recursos para soluções climáticas, uma meta considerada pouco ambiciosa pelos ambientalistas.

Agora caberá à COP30, sob a presidência brasileira, desenhar os mecanismos para colocar esse objetivo em prática.

Stiell estava otimista sobre o progresso das negociações e disse que as novas NDCs (as metas com que cada país deve se comprometer para alcançar os objetivos climáticos) a serem apresentadas ainda este ano devem demonstrar o comprometimento das nações com o meio ambiente.

(Web editor: Fátima Fu, Renato Lu)
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