O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou na quinta-feira que, caso o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, imponha tarifas sobre produtos brasileiros, ele retribuirá, e destacou que espera manter uma relação de "civilidade" e "respeito".
Na coletiva de imprensa realizada no Palácio do Planalto, em Brasília, Lula fez essa declaração ao comentar as recentes fricções nas relações entre os Estados Unidos e a Colômbia.
Anteriormente, a Colômbia havia se recusado a receber imigrantes colombianos deportados pelos Estados Unidos, levando o presidente Donald Trump a anunciar que os EUA imporiam uma tarifa de 25% sobre os produtos colombianos. Sob pressão, a Colômbia concordou em receber os deportados, e os Estados Unidos suspenderam as tarifas e outras sanções contra o país.
Ele disse que a situação era simples: se os Estados Unidos taxassem os produtos brasileiros, o Brasil responderia com reciprocidade, afirmando que não havia dificuldade nisso.
Lula recordou que governou o Brasil sob presidentes americanos tanto republicanos quanto democratas e que sua relação sempre foi a de um Estado soberano com outro Estado soberano.
Ele enfatizou na coletiva que Trump deve respeitar a soberania dos outros países. Ele também criticou a retirada dos Estados Unidos da Organização Mundial da Saúde (OMS) e o anúncio de que o país se retirará novamente do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas.
Lula comentou também que algumas pessoas superestimavam as relações comerciais entre os dois países, mas ele expressou sua intenção de manter ou até aumentar as relações comerciais com os Estados Unidos.
Ele esclareceu que as exportações do Brasil para os Estados Unidos não eram tão grandes quanto muitos pensavam. Lula afirmou que queria melhorar o relacionamento com os Estados Unidos, exportando mais, se necessário, e importando mais, se necessário.
Recentemente, o Brasil e os Estados Unidos também apresentaram divergências sobre questões migratórias. Em 24 de janeiro, 88 cidadãos brasileiros chegaram à cidade de Manaus, no norte do Brasil, em um voo de repatriação de imigrantes ilegais dos Estados Unidos, ainda com algemas. O governo brasileiro considerou isso uma "humilhação" e "inaceitável". O Ministério das Relações Exteriores do Brasil convocou o encarregado de negócios dos Estados Unidos no Brasil para esclarecer a situação.