Exportadores expandem mercados em meio a potenciais aumentos de tarifas dos EUA

Fonte: Diário do Povo Online    23.01.2025 14h23

Navio porta-contêineres zarpa do Porto de Qingdao, província de Shandong. (Yu Fangping, China Daily)

Com muitas partes do mundo enfrentando potenciais aumentos de tarifas da nova administração dos Estados Unidos, um grande número de fabricantes chineses tem tomado medidas proativas para diversificar seus mercados comerciais, concentrando-se na expansão para os mercados emergentes e na atualização de produtos.

Muitos exportadores chineses disseram que estão também colocando um forte ênfase em impulsionar a inovação para mitigar os efeitos de potenciais aumentos de tarifas, visando manter a competitividade diante de pressões externas e garantir o crescimento sustentado nos mercados globais.

Além de ameaçar com uma tarifa de 25% sobre as importações do México e Canadá, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse na terça-feira que está considerando um imposto de importação de 10% sobre produtos chineses, possivelmente já em 1º de fevereiro. Ele reiterou igualmente seu compromisso de impor tarifas à União Europeia.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning, disse em uma coletiva de imprensa em Beijing, na quarta-feira, que a China sempre acreditou que não há vencedores em uma guerra comercial, e que a China sempre permanece inabalável na proteção de seus interesses nacionais.

Liu Ying, pesquisadora do Instituto de Estudos Financeiros de Chongyang da Universidade Renmin da China, afirmou: "As empresas chinesas não são estranhas às tarifas dos EUA nos últimos anos".

Muitas empresas chinesas já expandiram para mercados emergentes e estão desenvolvendo produtos verdes intensivos em tecnologia, incluindo veículos elétricos e navios de combustível duplo, de modo a reforçar seus ganhos e mitigar os riscos representados por medidas protecionistas e tensões geopolíticas, disse Liu.

Por exemplo, o valor comercial entre a China e o Vietnã atingiu um recorde de US$ 205,2 bilhões em 2024 - um novo marco em seus laços comerciais. Isso marca um aumento de US$ 33,3 bilhões em comparação com 2023, segundo estatísticas da embaixada chinesa no Vietnã.

Ao invés de focar somente em mercados desenvolvidos, a Luoyang Zhufeng Huawin Motor Tricycle Co, uma fabricante sediada em Luoyang, na província de Henan, vem expandindo sua presença em mercados emergentes, participando de várias feiras comerciais internacionais e estabeleceu escritórios regionais de vendas e serviços em Bangkok, Tailândia, e Accra, Gana, nos últimos anos.

A demanda por triciclos motorizados varia em diferentes regiões e países. Na Tailândia e na Indonésia, triciclos elétricos são amplamente usados para dar suporte ao negócio de turismo local. Triciclos movidos a gasolina são usados principalmente para transportar cargas na África, com designs maiores e mais duráveis, disse Li Pengfei, vice-presidente da empresa.

"Na América do Norte e na Europa, há uma forte demanda por triciclos usados em fazendas", disse Li, acrescentando que a empresa enviou produtos para clientes na América do Sul pela primeira vez em dezembro, e seu valor de exportação atingiu 91 milhões de yuans (US$ 12,5 milhões) em 2024.

A Changzhou Xinqida Electric Co, fabricante de eletrodomésticos com sede em Changzhou, província de Jiangsu, está também caminhando nessa direção. A empresa viu suas exportações de aspiradores inteligentes sem fio aumentarem em mercados emergentes, especialmente no Brasil e na África do Sul, no ano passado.

"Em meio a incertezas como tarifas potenciais e outras medidas comerciais em certos países, juntamente com um mercado interno altamente competitivo, mudamos nosso foco para os mercados emergentes desde 2021", disse Qiu Riju, gerente geral da empresa.

Qiu disse que a empresa construiu uma cadeia de suprimentos estável no Brasil, e que o valor de suas exportações para o país latino-americano aumentou constantemente no ano passado, atingindo 5,2 milhões de yuans.

Denis Depoux, diretor administrativo global da consultoria de gestão alemã Roland Berger, disse que, para permanecerem competitivos, é crucial que os exportadores chineses acelerem os esforços para melhorar o desempenho e reduzir custos.

O valor total do comércio exterior da China em 2024 atingiu um recorde de 43,85 trilhões de yuans - um aumento de 5% ano a ano - de acordo com dados da Administração Geral de Alfândegas.

Além disso, a China assistiu um crescimento nas exportações para mais de 160 países e regiões, incluindo um aumento de 9,6% ano a ano nas exportações para economias envolvidas na Iniciativa Cinturão e Rota e um aumento de 13,4% ano a ano para a Associação das Nações do Sudeste Asiático.

(Web editor: Renato Lu, 符园园)
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