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Projetos de água construídos pela China aumentam padrões de vida em Angola

Fonte: Xinhua    22.09.2022 08h40

Apesar dos ricos recursos hídricos de rios e lagos em toda Angola, a má qualidade da água e a falta de infraestrutura relacionada à água no país limitam há muito tempo o acesso à água potável para a população e dificultam o desenvolvimento das indústrias.

No entanto, as coisas estão mudando para melhor. As empresas chinesas ajudaram Angola a desenvolver usinas hidrelétricas, projetos de alívio da seca e instalações de abastecimento de água e aproveitar os abundantes recursos hídricos para ajudar a crescer a economia e melhorar os padrões de vida.

ÁGUA MAIS SEGURA, SAÚDE MELHOR

O acesso inadequado à água potável em Angola aumentou o risco de propagação de doenças infecciosas como cólera e disenteria. "Levar água potável segura para os moradores" tornou-se um desejo para as empresas chinesas no país africano.

Um projeto de abastecimento de água na Província de Cabinda, no noroeste, construído pela China Railway 20th Bureau Group Angola International Company, foi concluído em junho.

Zhu Qihui, presidente do conselho de administração da filial do grupo em Angola, disse que o projeto compreende 74 pontos centralizados de abastecimento de água, cobrindo 24 mil famílias ou 92% das comunidades residenciais da província.

O projeto pode fornecer água 24 horas por dia, sete dias por semana, aliviando significativamente a escassez de abastecimento enfrentada pelas indústrias locais, escolas e transporte portuário, acrescentou Zhu.

"Era uma longa caminhada até o poço para buscar água, e a tarefa era muito cansativa", disse Adriano, morador local que não deu seu nome completo, acrescentando que mais de 400 famílias na comunidade dele foram afetadas pela escassez de água por décadas.

"Agora, a tubulação de água está conectada à nossa porta e podemos usar água da torneira limpa e higiênica todos os dias", disse Adriano.

"Angola não tem falta de água, mas os recursos hídricos não são utilizados de forma eficiente. Graças às empresas chinesas, a situação está a melhorar", observou o ministro da Economia e Planeamento de Angola, Mário Augusto Caetano João.

"As empresas chinesas trouxeram tecnologia e experiência para melhorar os meios de subsistência locais e revitalizar o desenvolvimento sustentável", afirmou o ministro.

EFEITO ECONÔMICO POSITIVO

A distribuição temporal-espacial desigual das chuvas em Angola é um obstáculo significativo para a agricultura e a economia.

Por exemplo, a Província do Cunene, no sul de Angola, é seca durante nove meses por ano.

Lembrando uma seca aguda em 2018, Augusto, um aldeão local que não forneceu seu nome completo, disse: "os campos eram rachados pelo sol, o gado sedento estava por toda parte e inúmeras pessoas eram forçadas a fugir para o país vizinho da Namíbia".

No entanto, a seca sazonal deixou de ameaçar os residentes após a entrada em funcionamento, em abril, do Lote 1 e Lote 2 do Projeto de Infraestruturas de Combate aos Efeitos da Seca na Província do Cunene, implementado pela Power Construction Corporation of China (PowerChina).

Com canais que ligam o rio Cunene e instalações como estações elevatórias de captação de água e reservatórios, o projeto pode transferir água do rio para áreas secas, permitindo a irrigação de terras cultivadas quando faltam chuvas.

O projeto pode atender às necessidades de água de 235 mil pessoas e apoiar a irrigação de 5 mil hectares de terras agrícolas, avaliou Zhao Yong, gerente-geral da filial da África do Sul e Ocidental da STECOL Corporation sob a PowerChina.

Durante uma visita ao local em maio, Abdulla Shahid, presidente da 76ª sessão da Assembleia Geral da ONU, comentou que o órgão global consideraria estender o modelo do projeto a outros países e regiões atingidas pela seca.

BENEFÍCIO SOCIAL

O rio Kwanza, um dos maiores rios de Angola e que alimentou gerações de angolanos, é considerado o "rio mãe" do país africano.

Com muitos afluentes, o rio é rico em potencial hidrelétrico, mas a forma de liberar seu potencial era uma dor de cabeça crônica para os moradores locais até o lançamento do projeto da usina hidrelétrica de Caculo Cabaca, construída pelo grupo chinês Gezhouba, cerca de 200 km a sudeste de Luanda, capital de Angola. .

Considerado como o "Projeto das Três Gargantas na África", o projeto foi iniciado em agosto de 2017 e sua construção está em pleno andamento.

Após a conclusão, a hidrelétrica atenderá mais de 40% da demanda de fornecimento de energia do país e reduzirá as emissões de gases de efeito estufa em cerca de 7,2 milhões de toneladas por ano.

A receita da geração de energia apoiará a renovação da infraestrutura local e a conservação natural, e o reservatório aumentará a capacidade de controle de inundações e a utilização dos recursos hídricos, disse Chen Yonggang, gerente do projeto.

Além disso, o projeto hidrelétrico criará mais de 6 mil empregos locais e formará um quadro de profissionais de construção e gestão para Angola, acrescentou Chen.

"Agradeço a empresa chinesa por transmitir muitos conhecimentos de engenharia, o que é muito importante para o desenvolvimento futuro de Angola", expressou Nelito José, um funcionário local.

Desde o estabelecimento da União Africana em 2002, a China e a união trabalham lado a lado há 20 anos. Projetos como os mencionados beneficiam os meios de subsistência e tornam a amizade e a cooperação China-África em um exemplo.

A China e Angola, junto com outros países africanos, sempre são amigos e irmãos próximos apesar da distância geográfica, disse o embaixador chinês em Angola, Gong Tao.

"Onde há água, há esperança", assinalou Gong. "Deixe a nascente da esperança continuar fluindo no caminho da amizade China-África."

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