Afetado pelo aquecimento global, o planalto Qinghai-Tibete, na China, tem se tornado mais quente e úmido nas últimas décadas, contribuindo para a ocorrência de eventos climáticos e meteorológicos extremos, mostrou um estudo.

O planalto tem se aquecido mais rápido do que qualquer outra região do país nos últimos 60 anos, de acordo com os resultados da pesquisa divulgada no site da Administração Meteorológica Chinesa na terça-feira.

De 1961 a 2020, as temperaturas na região subiram constantemente a uma taxa de 0,35 grau Celsius a cada 10 anos, mais do dobro da média global, enquanto a precipitação anual aumentou uma média de 7,9 milímetros a cada 10 anos.

Especialistas disseram que as influências de tais mudanças na região são complicadas. Embora um clima mais quente tenha tornado a região mais verde e expandido os habitats de animais selvagens, é mais provável que o clima extremo ocorra na região.

Devido ao aumento das temperaturas, eventos climáticos extremos e desastres como nevascas, temporais com relâmpago e trovão, deslizamentos de terra e fluxos de detritos aumentaram significativamente durante as últimas quatro décadas.

Um planalto mais quente e úmido também pode levar à perda da biodiversidade, diminuição das geleiras e mudanças no crescimento da vegetação na região, demonstrou a pesquisa.

A mudança climática é um fator importante que afeta o crescimento da vegetação no planalto, disseram cientistas, ressaltando que o aumento da vegetação na área nos últimos 30 anos está basicamente de acordo com a maioria das regiões ao redor do mundo.

No entanto, a atual tendência de aquecimento não mostrou sinais de parada. Especialistas estimam que as temperaturas continuarão a aumentar, com a região enfrentando maiores riscos de desastres climáticos e ambientais.

Apesar de muitos estudos conduzidos no planalto, ainda há muitas incertezas sobre como um planalto em mudança afetará o clima global e como diferentes sistemas climáticos interagirão uns com os outros, disseram especialistas.

Para restaurar o ecossistema do planalto e garantir seu desenvolvimento sustentável, os cientistas aconselharam a região a implantar uma rede de observação tridimensional para a mudança climática, fortalecer coleta de dados e capacidades de alerta precoce, e conduzir pesquisas mais profundas sobre os padrões da mudança climática na região.

Com a maior elevação de latitude média do mundo, o planalto Qinghai-Tibete é altamente sensível ao impacto do aquecimento global. A região é conhecida como "a torre de água da Ásia", pois abriga geleiras abundantes, vitais para o ciclo hídrico regional e recursos hídricos nas áreas a jusante.