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Jornada do Partido Comunista da China ao longo de um século de existência

Fonte: Diário do Povo Online    24.06.2021 10h24

A casa de tijolo e madeira de dois andares no No.76 da rua Xingye de Shanghai não parece diferente de outros edifícios nas proximidades. No entanto, uma reunião secreta realizada dentro do edifício há 100 anos mudou o destino do país mais populoso do mundo.

Em 23 de julho de 1921, teve lugar o primeiro congresso nacional do Partido Comunista da China (PCCh). O encontro marcou a fundação do PCCh - um evento marcante na história da China.

A partir daí, a liderança do Partido mudou-se estrategicamente pela China antes de se estabelecer em Beijing, em 1949. Hoje o PCCh cresceu e se tornou o maior partido político do mundo, com mais de 91 milhões de membros. A China, sob sua liderança, se tornou a segunda maior economia do mundo.

VANGUARDA NA ABERTURA

Localizada no estuário do rio Yangtze, Shanghai tem sido o centro comercial da China e uma base da classe trabalhadora do país desde os tempos modernos, sendo caracterizada pela abertura, diversidade e inovação.

Após a fundação da República Popular da China (RPC) em 1949, a cidade continuou a ser a potência econômica do país e se tornou uma janela para a integração pró-ativa da China na comunidade internacional.

Desde o início da reforma e abertura, no final dos anos 1970, muitos investidores estrangeiros escolheram Shanghai como um campo de testes no continente chinês. Eles foram os participantes e beneficiários da política inovadora e experienciaram uma China cada vez mais aberta no local de nascimento do PCCh.

A Asia Pulp & Paper (APP), uma subsidiária do conglomerado indonésio Sinar Mas Group, entrou na China em 1992. Com sede em Shanghai, a empresa beneficiou das políticas comerciais favoráveis da China e de um ambiente de negócios em melhoria contínua ao longo dos últimos anos, disse Zhai Jingli, vice presidente da APP China.

“A implementação da Lei de Investimento Estrangeiro, incluindo o encurtamento da lista negativa de investimento estrangeiro, trouxe mais benefícios aos investidores estrangeiros e proporcionou mais oportunidades de desenvolvimento de longo prazo”, acrescentou.

Durante os últimos dez anos, Shanghai intensificou ainda mais seus esforços de abertura. A primeira zona piloto de livre comércio da China foi estabelecida em 2013 e foi sediada a Feira de Importação e Exportação da China por três anos.

Em 2020, o IED em Shanghai atingiu um recorde, alcançando os 20,2 bilhões de dólares americanos - um aumento anual de 6,2%.

ADEUS À POBREZA

Depois de passar seus primeiros anos em uma metrópole, a sede do PCCh mudou-se para regiões rurais e montanhosas da China. Durante a difícil jornada, os revolucionários suportaram dificuldades incalculáveis, alcançando sucessivas vitórias.

Em novembro de 1931, o PCCh declarou o estabelecimento do Governo Provisório Central da República Soviética da China em Ruijin, província de Jiangxi, no leste do país.

Após a “Longa Marcha”, épica manobra militar do Exército Vermelho, a cidade de Yan'an, na província de Shaanxi, no noroeste da China, e Xibaipo, na província de Hebei, no norte da China, serviram sucessivamente como quartéis-generais do PCCh.

Enraizados em um passado glorioso, entretanto, Ruijin, Yan'an e Xibaipo foram atingidas pela pobreza crônica devido às condições naturais adversas e inacessibilidade.

Sob a liderança do PCCh, as pessoas nessas áreas se livraram da pobreza absoluta durante a campanha de redução da pobreza no país.

Yan'an, localizada no planalto de Loess, na China, foi marcada por uma seca de longa data e erosão do solo. O jornalista americano Edgar Snow escreveu em seu livro "Estrela Vermelha sobre a China", de 1937, que a parte norte da província de Shaanxi, onde Yan'an está localizada, era uma das regiões mais pobres da China que ele havia visto.

Em 1941, as tropas do PCCh iniciaram uma campanha de produção em grande escala no município de Nanniwan, a cerca de 40 km ao sul de Yan'an. A mudança criou uma terra de abundância e alcançou a autossuficiência em meio a cercos militares e econômicos pelas forças do Kuomintang.

A conquista milagrosa dá-se através do trabalho árduo e autossuficiência, que constituem uma parte importante do Espírito Yan'an. Herdando esse espírito, os pobres locais se envolveram na plantação de maçãs, comércio eletrônico e outros negócios para combater a pobreza e venceram a batalha em 2019, quando Yan'an foi removido da lista de pobreza.

Em 2020, a cidade tinha mais de 266.800 hectares de pomares de maçã, a maior entre as cidades de nível de prefeitura da China. Sua produção total de maçãs representava um vigésimo da produção global, de acordo com as autoridades locais.

"Cerca de metade da renda per capita disponível dos agricultores em Yan'an provém do cultivo de maçãs", disse Lu Shuguo, chefe do centro de indústria de frutas de Yan'an, acrescentando que as maçãs de Yan'an foram exportadas para mais de 30 países e regiões, incluindo Rússia, Canadá, Itália e Emirados Árabes Unidos.

"Seja nos anos revolucionários ou na era do desenvolvimento moderno, o espírito de Yan'an encoraja gerações de chineses a avançar e entrar em uma nova era de desenvolvimento", disse Tan Huwa, reitor da Escola de Marxismo da Universidade de Yan 'an.

CAPITAL DAS INDÚSTRIAS FUTURAS

Em março de 1949, o Comitê Central do PCCh fez da montanha Xiangshan, no subúrbio de Beijing, sua sede e ali permaneceu por meio ano, de onde o Partido liderou a Guerra de Libertação do Povo Chinês a uma vitória em todo o país.

A cidade, que fora capital durante o reinado de várias dinastias da história chinesa voltou a receber o título de capital quando a República Popular da China foi fundada em outubro do mesmo ano.

Além de desempenhar suas funções de centro político do país, a cidade histórica também se desenvolveu em uma megametrópole com mais de 20 milhões de habitantes.

Em agosto de 2008, Beijing sediou os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Verão. Com os Jogos Olímpicos de Inverno de Beijing em 2022 agendados para fevereiro, a cidade está programada para se tornar a primeira a sediar os Jogos Olímpicos de Verão e Inverno.

A capital é rica em recursos acadêmicos e inovadores, com mais de 90 universidades, mais de 1.000 instituições de pesquisa e quase 30.000 empresas nacionais de alta tecnologia. Zhongguancun, no distrito de Haidian, em Beijing, é considerada o "Vale do Silício da China", onde estão localizadas as indústrias de alta tecnologia.

De acordo com os planos previstos para o futuro próximo, a criatividade, competitividade e influência da cidade na inovação deverão atingir a maturidade de impacto global a partir de 2035.

Beijing será ainda mais integrada à rede global de inovação por meio da criação de fundos globais de pesquisa científica e do fortalecimento da pesquisa conjunta em questões globais, incluindo mudanças climáticas, energia, saúde pública e governança de inteligência artificial, de acordo com Li Meng, vice-ministro de ciência e tecnologia.

À medida que o projeto se desenrola, a capital do maior país socialista do mundo, aproveitando as ondas da inovação, deverá conduzir a China a um futuro mais notável.

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