Ivan Lam Long-yin (à esquerda) e Joshua Wong Chi-fung entram em um veículo da prisão, após se confessarem culpados de organizar e participar de uma assembléia não autorizada perto da Sede da Polícia em Wan Chai durante os protestos do ano passado, Centro de Recepção em Lai Chi Kok, Hong Kong, na quarta-feira (2). 

Um tribunal de Hong Kong sentenciou o ativista Joshua Wong Chi-fung e dois de seus associados a até 13,5 meses de prisão na quarta-feira por seus papéis em um cerco de 15 horas à sede da polícia de Hong Kong em junho.

Profissionais jurídicos locais afirmaram que as sentenças de prisão são "apropriadas", mas mais "brandas do que o esperado".

Wong foi condenado a 13,5 meses de prisão por organizar e incitar uma assembléia ilegal perto da sede da polícia em 21 de junho de 2019. Agnes Chow Ting foi condenado a 10 meses de prisão por incitar e participar do mesmo incidente. Um terceiro réu, Ivan Lam Long-yin, foi sentenciado a sete meses de prisão por uma acusação de incitamento.

Ao proferir a sentença, o Magistrado Wong Sze-lai, dos Tribunais de Magistrados de West Kowloon, afirmou que o encarceramento imediato é "a única opção de sentença apropriada".

A decisão do tribunal, simultaneamente uma condenação aberta e um impedimento, deve deixar claro ao público que as atividades ilícitas não podem perturbar a ordem pública, enfatizou o juiz.

O trio incitou mais de 400 manifestantes reunidos no Almirantado para marchar em direção à sede da polícia em Wan Chai em 21 de junho de 2019. Cerca de 9.000 pessoas cercaram a sede em um estágio, fazendo com que 61 chamadas de emergência de residentes locais não fossem atendidas e mantendo seis policiais presos em uma van da polícia por três horas.

Durante a assembléia ilegal em grande escala, Wong assumiu ativamente o papel de liderança e coordenou as demandas dos manifestantes com a ajuda de Chow, observou o juiz.

O apelo de Wong para sitiar a Sede da Polícia teve como objetivo desafiar a autoridade da polícia, que é a espinha dorsal da manutenção da ordem e segurança social, afirmou o juiz.

O trio foi "egoísta" ao cometer ações ilegais de grande impacto, disse ela, acrescentando que violaram a ordem pública, ameaçaram a segurança pessoal, congestionaram o trânsito, desperdiçaram recursos policiais, danificaram bens públicos e prejudicaram o serviço público.

Lawrence Ma Yan-kwok, presidente da Fundação para o Intercâmbio Legal de Hong Kong disse que as sentenças estão dentro do intervalo adequado, mas "mais tolerantes do que ele esperava". Ainda assim, o advogado acredita que essas sentenças de prisão terão um forte efeito dissuasor sobre os seguidores desses infratores.

Willy Fu Kin-chi, professor de direito da Universidade Jiaotong de Beijing, disse que as sentenças são impedimentos insuficientes, não refletem a seriedade dos casos e o impacto negativo do comportamento dos réus.