O astro argentino Diego Armando Maradona perdeu a vida ontem na sequência de uma paragem cardiorrespiratória nos arredores de Buenos Aires. A perda de um dos grandes ícones do futebol mundial tem gerado comoção internacional, lançando “El Pibe” para as capas da imprensa de todo o mundo e das redes sociais.
Maradona encontrava-se de repouso na cidade de Tigre, a norte da capital argentina, após ter sido submetido a uma cirurgia a um edema cerebral. Após ter entrado em complicações cardiorrespiratórias, acabou por falecer, mesmo após tentativa de reanimação por parte dos médicos que acorreram ao local.
Protagonista de algumas das façanhas mais emblemáticas no futebol, o reconhecimento do seu talento é unânime, apesar de inúmeros excessos cometidos dentro e fora do campo ao longo da sua vida.
Maradona foi formado no Argentinos Juniors, tendo depois seguido para o Boca Juniors antes de rumar à Europa, onde representou o Barcelona, o Nápoles - onde viria a alcançar a glória e a ser “deificado” pelos torcedores e pela cidade -, e o Sevilha. Já na década de 90, acabaria por regressar ao seu país natal onde pôs termo à carreira ao serviço do Boca Juniors.
Pela seleção albiceleste, venceu um mundial sub-20 e a Copa do México de 86, um dos maiores êxitos da carreira, onde também protagonizou um dos episódios mais célebres do futebol, a afamada “mão de Deus”, em que marcou com a mão o gol que valeu à Argentina a passagem para as meias-finais da competição.
Como treinador foi mais discreto, tendo, no entanto, estado ao leme da seleção do seu país entre 2009 e 2010, alcançando as quartas de final da Copa da África do Sul.
O universo do futebol rende-se agora em dedicatórias a um dos seus maiores representantes.
Pelé afirmou ter “perdido um bom amigo”, acrescentando que espera que “um dia possamos jogar juntos no céu”.
O Barcelona escreveu um comunicado em que expressa “profundas condolências pela morte de Diego Armando Maradona, um jogador do nosso clube e um ícone do futebol mundial. Descansa em paz, Diego”.
O Nápoles está de luto pela perda da sua maior estrela: “Todos esperam as nossas palavras. Mas que palavras podemos usar para uma dor como a que estamos vivendo?”.
O Real Madrid também prestou tributo dizendo que o clube estava “profundamente entristecido” pela perda de “uma verdadeira lenda do futebol mundial”.
“O Real Madrid expressa suas condolências à sua família e amigos, ex-clubes e fãs do futebol em todo o mundo, particularmente os da Argentina”.
O ex-atacante inglês Gary Lineker, que esteve no célebre jogo contra a Argentina na copa de 1986 afirmou que Maradona era “com ampla margem, o melhor jogador da minha geração e possivelmente o melhor de todos os tempos”.
Alberto Fernández, presidente da Argentina, descreveu Maradona como o “melhor de todos”.
“Levaste-nos ao topo do mundo. Fizeste de nós imensamente felizes. Foste o maior de todos”, escreveu o chefe de Estado nas redes sociais. “Obrigado por teres existido, Diego. Vamos sentir tua falta nas nossas vidas”.
O compatriota Lionel Messi escreveu: “Um dia muito triste para todos os argentinos e para o futebol. Deixa-nos, mas não se vai embora, porque Diego é eterno”.
Por seu turno, o português Cristiano Ronaldo assinalou também a perda: “Hoje despeço-me de um amigo e o Mundo despede-se de um génio eterno. Um dos melhores de todos os tempos. Um mágico inigualável. Parte demasiado cedo, mas deixa um legado sem limites e um vazio que jamais será preenchido. Descansa em paz, craque. Nunca serás esquecido”.
Do outro lado do mundo, na China, muitos também foram os que se juntaram à despedida da lenda.
Huang Jianxiang, célebre narrador e comentarista chinês, juntou-se ao lamento de inúmeros fãs na rede social chinesa Weibo: “Maradona é o Deus do futebol. Esta perda repentina é, para a geração que o viu jogar, um choque profundo”.