Caminhos pela lusofonia: relatos de Zhou Ting

Fonte: Diário do Povo Online    01.12.2020 13h17

Por Beatriz Cunha

Zhou Ting, no Pavilhão de Macau, apresenta opções de investimentos para visitantes na 25ª edição da Feira Internacional de Macau (MIF, na sigla em inglês), em outubro de 2020.

A China tem estado em foco no mundo pela grande importância que dá as relações bilaterais. Em especial, por ter uma relação de ganha-ganha com seus países parceiros.

Antes de pensar numa relação entre duas partes tão distintas como os países de língua portuguesa e a China, é preciso lembrar que ela só se dará de forma eficiente se não houver ruídos na comuniçação.

Sabendo que, o português e o mandarim possuem estruturas gramaticais totalmente distintas, o Diário do Povo Online entrevista com exclusividade Zhou Ting, que atua no cenário lusófono. Ele conta através de sua experiência pessoal o quão gratificante é celebrar no dia-a-dia de trabalho a relação amistosa entre a China e os países de língua portuguesa.

Zhou Ting, natural de Nantong, província de Jiangsu, leste da China, hoje vive na cidade de Zhuhai, província de Guangdong, no sul do país asiático. Ele também é conhecido entre os estrangeiros pelo nome de Gilberto.

Zhou iniciou seus estudos de português em 2009 no Centro de Intercâmbio Cultural China-Brasil, em Beijing. Desde então, vem estudando e aprimorando o uso do idioma. E durante esses anos tem atuado no mercado como tradutor na área de construção e arquitetura, importação e exportação, e, esportes.

Além disso, Zhou também tem experiência na área de ensino de línguas, intercâmbio cultural, convenções e exposições, e, medicina tradicional chinesa.

O português, sua ferramenta de trabalho, vem lhe abrindo portas para uma infinidade de oportunidades, sendo possível adquirir conhecimento de diversos setores e, especialmente, obter informações em primeira mão.

Zhou acredita que dominar o português o tornou um profissional muito mais confiante.

Ele lembra sobre seus anos de trabalho em Angola, de 2009 a 2011, e credita a este período as vivências mais impressionantes e inesquecíveis que teve.

Como tinha iniciado recentemente seu estudo, ainda não dominava a língua por completo e suas ideias não eram expressas com clareza, mesmo assim “preservei minhas competências e força de vontade”, disse ele.

Uma outra experiência valiosa no trajeto de Zhou foi sua participação no Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM), uma plataforma que oferece recursos sociais muito úteis, com conteúdo de especialistas no formato bilíngue: chinês e português.

“Existem oportunidades mais abrangentes de cooperação entre a China e os países de língua portuguesa e a IPIM é a melhor plataforma para aprender sobre os países de língua portuguesa”, afirmou ele.

Atualmente, atua no Parque Industrial de Tecnologia da Medicina Tradicional Chinesa, Cooperação Guangdong-Macau, da Região Administrativa Especial de Macau, cujo objetivo principal é promover a internacionalização da medicina tradicional chinesa (MTC), melhorar o nível da tecnologia de pesquisa e desenvolvimento da MTC e a indústria da saúde em geral.

De acordo com Zhou, em 3 anos de serviços, já aprendeu a pensar a alto nível, uma vez que o parque industrial da RAE de Macau realiza os projetos segundo o pensamento governamental.

Ele afirma que seguir o pensamento da empresa possibilitou encarar os problemas de maneira relativamente simples e lhe permitiu exercitar sua maneira de pensar e melhorar ainda mais o seu padrão de trabalho.

Zhou pretende continuar investindo em diferentes setores e atuando de modo polivalente, além disso, espera influenciar mais e mais pessoas a estudar o português, para que elas também possam usar o idioma como ferramenta de trabalho.

Ele acredita ser imprescindível que os talentos dos falantes de português sejam reunidos na cooperação econômica e comercial entre China, América Latina e países de língua portuguesa. 

(Web editor: Renato Lu, 符园园)

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