As contas do governo brasileiro registraram um deficit primário de 76,155 bilhões de reais (US$13,25 bilhões) em setembro, mais que o triplo dos 20,42 bilhões de reais (US$ 3,56 bilhões) registrados no mesmo mês do ano passado e que representam o pior resultado para um mês de setembro desde 1997, informou o Banco Central nesta quinta-feira.

Com o resultado de setembro, as contas do governo brasileiro alcançaram um deficit de 677,436 bilhões de reais (US$ 117,815 bilhões) nos primeiros nove meses do ano, muito superior aos 72,537 bilhões de reais (US$ 12,615 bilhões ) do mesmo período do ano passado, devido às medidas de combate e o efeito da pandemia do novo coronavírus.

O deficit acumulado na parcial do ano também é o pior registrado desde 1997, quando o Tesouro passou a medir as contas do governo.

O deficit primário ocorre quando as despesas superam as receitas. Não são considerados os gastos do governo com o pagamento de juros da dívida pública.

Segundo o Tesouro Nacional, as despesas para enfrentar a COVID-19 em setembro totalizaram 73,5 bilhões de reais (US$ 12,78 bilhões). No acumulado até setembro, as despesas do governo brasileiro com a pandemia chegam a 440 bilhões de reais (US$ 76,52 bilhões).

Em setembro, as receitas do governo caíram 2% em comparação com o mesmo mês do ano passado, recuo que o Tesouro Nacional atribuiu "majoritariamente" à "queda das receitas não administradas" que incluem os royalties do petróleo.

Por sua parte, as rendas administradas, que incluem impostos e contribuições, apresentaram alta real de 3,4% em setembro.