Por Beatriz Cunha e Zhang Rong
Num movimento para erradicar a pobreza, o Governo Municipal de Beijing realizou a modernização de algumas áreas rurais em diversos bairros de Beijing, como Dongcheng, Mentougou, Yanqing, Miyun, Pinggu e Tongzhou.
Neste mês, pude contemplar o outono nesses bairros, e me identifiquei enormemente com Miyun. A paisagem, o céu azul e a qualidade do ar de Miyun me remeteram às belas experiências vividas em Niterói e Rio de Janeiro, bairros conectados pela Baía de Guanabara, na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil.
Em Miyun, pude conhecer pequenos produtores agrículas, que tem o suporte do governo, de modo que sua produção possa ser mais facilmente vendida, e assim, eles possam se empenhar melhor no cultivo, sem a necessidade de se preocupar com as vendas.
Um espaço central, onde a produção dos vários pequenos produtores é coletada e distruibuída para vendas, possibilita aos produtores de Miyun uma renda maior do que as vendas em feiras locais poderiam resultar.
No bairro, foi realizado um projeto de revitalização de moradias, o espaço chamado Dacheng XiaoYuan, ponto turístico local, mantém o ambiente tradicional local, com um designer exterior padrão para os costumes locais.
Dacheng XiaoYuan me fez lembrar das residências e estruturas planejadas para eventos de Construção e Design realizados no bairro de Icaraí, no Rio de Janeiro.
Comparando o antes e o depois de Dacheng XiaoYuan, o local realmente é digno de referência. O interior das moradias é tão sofisticado como as residências das grandes cidades, com excelente sistema de aquecimento, aspecto extremamente importante do meu ponto de vista.
Dacheng Xiaoyuan possui ainda um quarto diferenciado, com tatami de jasmim chinês, que permite um aquecimento natural. O visitante pode se arriscar em visitar o bairro mesmo no inverno e ter uma prazerosa estadia.
Não muito distante dali, o parque temático Riguang Shangu, um vale lúdico, permite que moradores locais num sistema de cooperativa, trabalhem coletivamente e obtenham renda acima das expectativas.
Cada integrante da cooperativa fornece seus serviços no vale, que variam desde alimentação a moradia e diversão. O vale conta com serviços como carrosel, pula-pula, montaria em pôneis, carts, entre outros. Além disso, possui tendas amplas, com interior extremamente sofisticado.
O vale, atualmente, agrada a muitos turistas e sua reserva deve ser realizada com no mínimo um mês de antecedência.
Seguindo o âmbito de melhoria da cidade, Gubei ShuiZhen, a cidade da água, também em Miyun, permite que turistas desfrutem de uma “viagem ao passado”, com um extenso vilarejo contornando um canal de água.
A cidade da água foi construída perto da Grande Muralha, sendo uma bela paisagem vista do topo da Muralha.
Gubei tem um cenário extremamente exótico à noite um jogo de luzes e iluminação que estonteiam o visitante. Ao nascer do sol, a diversidade das cores do outono deixam qualquer um fascinado, sendo difícil parar de admirar cada detalhe da composição estabelecida entre a arquitetura e a natureza.
Tanto Gubei, a cidade da água, quanto o Reservatório Miyun, outro ponto turístico de relevância no bairro, possuem bondinhos. Estes conectam um ponto baixo à um ponto alto nas montanhas, cada um possuindo inclinação e velocidades próprias.
Também não pude deixar de perceber semelhança entre ambas experiências dos bondinhos de Miyun aos passeios em família no Bondinho do Pão-de-Açúcar, no Rio de Janeiro.
Embora passear de bondinho possa ser um pouco, ou muito, aterrorizante, uma vez que ao olhar para os lados e para baixo, só seja possível ver montanhas e sua vegetação, foi um passeio reconfortante para a alma, especialmente nesse período de tensões e perdas ocasionadas pela pandemia.
Com tantos detalhes similares ao ambiente paisagístico e turístico de Miyun, definitivamente, enquanto estiver na China e for acometida de sentimento nostálgico, farei uma demorada visita à Miyun.
