O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin, fala em uma coletiva de imprensa em Beijing, em 29 de outubro de 2020. [Foto / fmprc.gov.cn]

Beijing expressou forte oposição na quinta-feira (29) à difamação de Washington sobre os esforços do país para rastrear fugitivos internacionais e recuperar seus ganhos ilícitos, alertando os Estados Unidos para não se tornarem um "porto seguro para criminosos".

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin, fez a observação depois que o Departamento de Justiça dos EUA acusou oito pessoas por sua participação em uma operação do governo chinês conhecida como "Caça à Raposa", uma campanha voltada para suspeitos de crimes econômicos que fugiram para o exterior.

Cinco pessoas, incluindo três cidadãos chineses, foram presas nos Estados Unidos na quarta-feira.

A medida dos EUA desconsidera os fatos básicos e tem segundas intenções, afirmou Wang em uma entrevista coletiva diária.

Reprimir o crime transnacional, prender fugitivos internacionais e recuperar ganhos ilícitos são causas justas e foram amplamente aceitas pela comunidade internacional, lembrou ele.

"As agências de aplicação da lei chinesas conduzem a cooperação estrangeira em estrita conformidade com o direito internacional, respeitam totalmente as leis estrangeiras e a soberania judicial e garantem os direitos e interesses legítimos dos suspeitos de crimes", disse Wang.

A China insta os EUA a cumprirem as obrigações estipuladas em tratados internacionais, como a Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional e a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, disse ele.

Também na quinta-feira, Wang criticou uma ação dos EUA para designar a filial norte-americana da Associação Nacional para a Unificação Pacífica da China como uma missão estrangeira e retirar um acordo para promover a cooperação bilateral em nível local, dizendo que tal prática é manipulação política devido ao preconceito ideológico.

O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, disse em um comunicado na quarta-feira que os EUA estão interrompendo a participação no memorando de entendimento bilateral relativo ao estabelecimento de um fórum de governadores EUA-China para promover a cooperação subnacional.

Wang disse que a ação dos EUA vai contra a vontade dos dois povos de fortalecer o diálogo e o intercâmbio.

Restrições e discriminação contra a associação não são razoáveis, pois é uma organização social legalmente registrada com o objetivo de promover a reunificação pacífica da China e aumentar a amizade entre as pessoas de ambos os países, disse ele.

A retirada unilateral dos EUA do memorando é uma tentativa de desmantelar a ponte de intercâmbio entre as pessoas dos dois países, e tal prática retrógrada terá a oposição dos dois povos, acrescentou.