Foguetes precisam de reforço de inteligência, afirmam engenheiros chineses

Fonte: Diário do Povo Online    29.10.2020 09h10

Os engenheiros espaciais chineses começaram a testar tecnologias que esperam ajudar a tornar seus foguetes mais inteligentes.

Cheng Xing, projetista da Academia Chinesa de Tecnologia de Veículos de Lançamento (ACTVL) em Beijing, disse que análises sobre missões de lançamento fracassadas mostraram que alguns dos problemas anteriores poderiam ter sido evitados se os foguetes envolvidos fossem mais inteligentes.

Atualmente, todos os foguetes na China voam de acordo com trajetórias e manobras predefinidas e são incapazes de responder a emergências.

"Se esses foguetes (em missões fracassadas) fossem capazes de detectar e lidar autonomamente com possíveis perigos e ajustar sua trajetória, os resultados das missões provavelmente teriam sido melhores", disse Cheng na quarta-feira (28).

Sua academia, parte da estatal China Aerospace Science and Technology Corp (CASC) e maior fabricante de foguetes transportadores do país, iniciou o programa de pesquisa e desenvolvimento para tecnologia de foguetes inteligentes em 2018. Eles fizeram progressos, de acordo com Cheng.

Simplificando, os engenheiros irão atualizar os computadores e sistemas de controle dos foguetes para permitir que monitorem as condições de vôo e recalculem e corrijam o vôo, se necessário, disse Cheng.

"Por exemplo, se uma diminuição ou perda anormal do empuxo dos motores principais for detectada, o foguete inteligente será capaz de 'tomar uma decisão' por conta própria e tomar as medidas necessárias para lidar com isso", afirmou o projetista.

Além disso, pesquisadores do Instituto de Controle Automático Aeroespacial de Beijing estão tentando dar aos foguetes capacidades de aprendizagem. A tentativa, se bem-sucedida, permitirá que os foguetes se adaptem de forma proativa a ambientes sofisticados e emergências, de modo a garantir a melhor conclusão das tarefas.

O objetivo deles é dar uma capacidade de aprendizado inicial aos principais veículos de lançamento na China até 2025, disse Yu Chunmei, vice-diretor do instituto.

Internacionalmente, os Estados Unidos e algumas outras potências espaciais têm conduzido pesquisas sobre tecnologias inteligentes para seus foguetes desde meados dos anos 1980.

Pelo menos duas missões de lançamento recentes nos Estados Unidos encontraram mau funcionamento do motor, mas conseguiram superar o problema graças ao uso de tecnologias inteligentes, disse Cheng.

As tecnologias de foguetes inteligentes da academia foram demonstradas por meio da última missão de lançamento da China, envolvendo um foguete Longa Marcha 2C que decolou do Centro de Lançamento de Satélites de Xichang na província de Sichuan na noite de segunda-feira.

O processo de reentrada do foguete aplicou tecnologias inteligentes e verificou sua confiabilidade, de acordo com a academia.

(Web editor: Renato Lu, editor)

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