Bolsonaro critica fechamento dos centros de educação no Brasil por causa da COVID-19

Fonte: Xinhua    17.09.2020 15h15

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, afirmou nesta quarta-feira que as unidades de ensino do país não deveriam ter sido fechadas por causa da pandemia do novo coronavírus que já deixou mais de 134 mil mortos no país.

"Não tínhamos por que fechar as escolas, mas as medidas restritivas não estavam mais nas mãos da Presidência da República. Por decisão judicial, elas competiam exclusivamente aos governadores e prefeitos. Lamento. Somos o país com o maior número de dias em lockdown nas escolas. Isso é um absurdo", criticou Bolsonaro durante a cerimônia de posse do ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello.

A maioria das unidades de ensino brasileiras está há mais de seis meses sem aulas presenciais e apenas foram retomadas recentemente na cidade de Manaus, capital do estado do Amazonas (norte) e em alguns municípios dos estados de São Paulo e Rio Grande do Sul.

Segundo o presidente, estudos realizados em diferentes países demonstraram que a chance de alguém menor de 40 anos vir a óbito por causa da doença é próxima de zero, embora não tenha citado a que pesquisas se referia.

Bolsonaro voltou a criticar governadores e prefeitos que adotaram medidas para restringir o avanço da doença e disse que alguns deles foram "tomados pelo pânico" gerado por uma "mídia catastrófica".

"Eu entendo que alguns governadores foram tomados pelo pânico, proporcionado por essa mídia catastrófica que nós temos no Brasil. Não é uma crítica a imprensa, é uma constatação. Me desculpem", acrescentou.

Bolsonaro disse que tem sido muito criticado ao longo da pandemia, mas que tem "couro duro" e que sabe resistir.

O presidente brasileiro voltou a defender a prescrição da hidroxicloroquina como remédio na fase inicial do tratamento do coronavírus, apesar de não haver nenhuma comprovação científica de sua eficácia no combate à doença.

"Nada mais justo, sagrado e legal que um médico, na ponta da linha, decidir o que aplicar em seu paciente na ausência de um remédio com comprovação científica. A responsabilidade é do médico", disse e afirmou que estudos recentes apontam que, caso tivesse sido utilizada desde o início da pandemia, a cloroquina poderia ter reduzido em até 30% o número de óbitos no país.

"Eu acredito que nós fomos ousados", disse. "Critiquem, mas apresentem uma solução. Hoje, vimos que essa questão poderia ter sido tratada com muito mais racionalidade", destacou.

(Web editor: Beatriz Zhang, editor)

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