O presidente Jair Bolsonaro descartou nesta terça-feira a criação do programa Renda Brasil, iniciativa que estava sendo estudada para substituir o programa de transferência de renda, Bolsa Família, que paga um valor mensal mínimo a famílias de baixos recursos.
Bolsonaro declarou ainda que o governo não suspenderá os reajustes das pensões e do Benefício de Prestação Continuada, uma ajuda paga a idosos e portadores de deficiência com baixa renda.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, Bolsonaro citou uma notícia que informava sobre a suposta intenção do governo de congelar as pensões para garantir recursos para o Renda Brasil.
"Já disse que nunca tomarei dinheiro dos pobres para dar aos paupérrimos. A qualquer um que me propuser tal medida, só posso dar um cartão vermelho. São pessoas que não têm um mínimo de coração, não têm um mínimo de compreensão sobre como vivem os aposentados do Brasil", enfatizou.
Segundo Bolsonaro, "pode ser que alguém da equipe econômica tenha falado sobre esse assunto", mas assegurou que seu governo "nunca" congelará os salários dos aposentados.
"Até 2022, em meu governo, está proibido dizer a palavra Renda Brasil, continuaremos com o Bolsa Família e isso é tudo", enfatizou.
Em junho, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou a intenção do governo de criar o Renda Brasil, com a unificação de vários programas sociais.
Desde então, a equipe econômica e o Palácio do Planalto têm discutido a fonte dos fundos para financiar o novo programa social.
O programa Bolsa Família foi criado em 2003 e, segundo os últimos dados oficiais, atende atualmente mais de 14 milhões de famílias.
Durante a pandemia do novo coronavírus, o programa foi reforçado por um auxílio emergencial para desempregados, trabalhadores informais e microempreendedores, que será pago até o fim deste ano a cerca de 70 milhões de brasileiros.