EUA tornam-se maior impulsionador de militarização no Mar do Sul da China, diz chanceler

Fonte: Xinhua    10.09.2020 11h17

Os Estados Unidos estão tornando-se o maior impulsionador da militarização do Mar do Sul da China e o fator mais perigoso que danifica a paz na área, disse nesta quarta-feira o conselheiro de Estado e ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi.

Wang fez as declarações ao assistir à Reunião dos Ministros das Relações Exteriores da 10ª Cúpula da Ásia Oriental via link de vídeo.

Wang assinalou que os Estados Unidos intervieram diretamente nas disputas territoriais e marítimas na região por suas próprias necessidades políticas, ostentando constantemente sua força e reforçando seu desdobramento militar.

"Os Estados Unidos estão tornando-se o maior impulsionador da militarização do Mar do Sul da China", acrescentou.

Os Estados Unidos interferiram nos esforços da China e dos países da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) para resolver as disputas através da consulta, e provocaram a confrontação entre os países da região.

"Os Estados Unidos estão tornando-se o fator mais perigoso que danifica a paz no Mar do Sul da China", afirmou Wang.

"A paz e a estabilidade são o maior interesse estratégico da China no Mar do Sul da China", disse Wang, acrescentando que também são a aspiração estratégica comum da China e dos países da ASEAN.

"A China espera que os países fora da região, incluindo os Estados Unidos, respeitem plenamente os desejos e as expectativas dos países da região, ao invés de criar tensão e buscar lucrar com isso".

Wang mencionou três fatos fundamentais em resposta às calúnias dos Estados Unidos em relação à posição da China no tema do Mar do Sul da China.

Primeiro, a China tem uma base histórica e legal suficiente para a soberania sobre as ilhas no Mar do Sul da China.

Segundo, a China sempre adere à política de boa vizinhança e amizade e tem estado comprometida a desempenhar um papel construtivo no tema do Mar do Sul da China.

Terceiro, a China sempre esteve comprometida com o cumprimento das leis internacionais, incluindo a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar.

Sobre o tema de Hong Kong, Wang disse que este é um assunto interno da China, acrescentando que a não intervenção nos assuntos internos é a norma básica das relações internacionais e uma importante provisão da Carta da ONU. Todos os países são obrigados a cumpri-la.

"A Cúpula da Ásia Oriental é um fórum estratégico dirigido pelos líderes de todos os países. Nunca foi um lugar para intervir nos assuntos internos de outros países, e muito menos um âmbito para atacar os sistemas políticos de outros países", disse Wang.

Este ano marca o 15º aniversário do estabelecimento da Cúpula da Ásia Oriental, disse Wang, acrescentando que a tarefa mais urgente da cúpula é unir consensos no combate à pandemia da COVID-19, promover a restauração da cooperação econômica, e manter a situação geral de paz e desenvolvimento regionais.

Wang pediu novo impulso ao combate à pandemia, apoio à Organização Mundial da Saúde (OMS) e construção conjunta de uma "parede corta-fogo contra a pandemia" a nível regional.

Wang pediu o lançamento de novas medidas para a recuperação econômica e esforços para tornar a Ásia Oriental uma fonte de crescimento estável para a economia mundial na "era pós-pandemia".

Wang pediu a promoção da construção de redes regionais de "passagem rápida" e "passagem verde" para garantir o fluxo sem contratempos de pessoal e material para proporcionar uma forte garantia para a paz e a estabilidade regionais.

A China apoia firmemente a ASEAN para que desempenhe um papel de liderança na cooperação na Ásia Oriental, disse Wang, acrescentando que os membros da Cúpula da Ásia Oriental devem cumprir as aspirações comuns dos países da região, respeitar suas demandas legítimas, aderir ao multilateralismo com características da Ásia Oriental, observar os princípios básicos da cooperação regional, e fazer contribuições positivas para garantir a paz, a prosperidade e o desenvolvimento duradouros da Ásia Oriental.

Ele também explicou a postura da China em assuntos como a cooperação em recursos hídricos transfronteiriços, a Península Coreana e o estado de Rakhine.

Ao assistir no mesmo dia à 21ª Reunião dos Ministros das Relações Exteriores ASEAN-China, Japão e República da Coreia (10+3) via link de vídeo, Wang disse que todas as partes devem continuar coordenando o combate à pandemia e as necessidades de desenvolvimento, criar um novo aspecto de cooperação na era pós-pandemia e promover a cooperação 10+3 para um novo nível.

Wang disse que a China propôs melhorar o nível de governança da saúde pública, continuar apoiando a OMS para que desempenhe um importante papel no combate global à pandemia, e se opor juntos à politização da pandemia e à estigmatização de outros países.

Todas as partes devem melhorar o nível de desenvolvimento sustentável, continuar implementando a Iniciativa da Cooperação sobre Redução da Pobreza na Ásia Oriental, realizar mais cooperação pragmática em âmbitos como infraestrutura, recursos hídricos e agricultura, e fazer bom uso da cooperação Trilateral + X para injetar novo impulso ao desenvolvimento sustentável.

Os ministros das Relações Exteriores do Japão, República da Coreia e países da ASEAN elogiaram muito os resultados da cooperação 10+3 e esperam assinar o acordo da Parceria Econômica Abrangente Regional este ano como previsto.

Todas as partes concordaram que os países 10+3 devem aderir à cooperação em solidariedade, abertura e abrangência, aprofundar a cooperação em saúde pública, investimento econômico e comercial, transformação digital, segurança alimentar, turismo e outros âmbitos, reforçar a interconexão, garantir o fluxo sem contratempos das cadeias industrial e de fornecimento, facilitar os intercâmbios de pessoas e trabalhar juntos em favor da estabilidade, desenvolvimento e prosperidade regionais.

(Web editor: Beatriz Zhang, Renato Lu)

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