A Justiça brasileira ratificou nesta quarta-feira o afastamento do cargo por 180 dias do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, acusado de participar de uma rede que desviou dinheiro da Saúde, aproveitando a pandemia do novo coronavírus (COVID-19).
A Corte Especial do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), formada pelos 15 juízes mais antigos, votou 14-1 por manter a medida adotada na sexta-feira passada pelo relator, juiz Benedito Gonçalves, de afastar Witzel por 180 dias.
Witzel é acusado de fazer parte de um esquema que desviava dinheiro aproveitando as compras de materiais médicos e sanitários, realizadas de emergência devido à COVID-19. A suspeita é de que o governador tenha recebido, através do escritório de advocacia de sua mulher, pelo menos 554.200 reais (cerca de US$ 100.000) em propinas, algo que ele nega.
A descoberta do esquema de desvios se deu após uma investigação para apurar irregularidades na contratação de hospitais de campanha, respiradores e medicamentos no estado do Rio de Janeiro para enfrentar a pandemia da COVID-19.
Witzel, um ex-juiz de 52 anos, foi eleito surpreendentemente para governador do Rio de Janeiro em outubro de 2018, com discurso de combate à corrupção e ao crime e graças a sua proximidade com o então candidato à presidência Jair Bolsonaro, aliança que durou pouco tempo, depois que Witzel anunciou sua pretensão de disputar o cargo em 2022.
O governo do estado foi assumido provisoriamente pelo vice-governador Cláudio Castro, que também está sendo investigado pela Justiça.