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China fortalece ligações com Europa

Fonte: Diário do Povo Online    03.09.2020 09h48

O conselheiro de Estado chinês e ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, caminha com o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, para uma entrevista coletiva em Berlim, Alemanha, em 1º de setembro de 2020. [Foto / Xinhua]

A China e cinco países europeus concordaram em intensificar os esforços conjuntos para fortalecer a unidade e se opor à "dissociação" evitando que o mundo volte a cair nas garras da "lei da selva".

Os países expressaram um forte apelo para salvaguardar o multilateralismo, disse o conselheiro de Estado e ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, na terça-feira (1) em coletiva de imprensa conjunta com o chanceler alemão Heiko Maas, em Berlim.

Pedindo que a China e a Europa aumentem seu apoio às instituições multilaterais, Wang afirmou que ambos os lados também concordaram em manter o status geral das relações China-UE e administrar adequadamente as diferenças.

Wang informou que os países concordaram com o fortalecimento da cooperação entre a China e a Europa na resposta à pandemia da Covid-19 e a retomada do intercâmbio de pessoal e a cooperação prática para contribuir na recuperação econômica global.

A Alemanha foi a última etapa da viagem de oito dias de Wang - depois da Itália, Holanda, Noruega e França - que Wang afirmou envolver a comunicação estratégica entre a China e os países europeus em meio a crescentes incertezas.

Os cinco países europeus, que valorizam os laços com a China, estão preocupados com a profunda recessão na economia global causada pela pandemia, aumento do unilateralismo, tentativas de "desacoplamento" e aumento da rivalidade internacional, declarou.

Wang pediu que a China e a Europa planejem cuidadosamente intercâmbios de alto nível e insistiu que concluam as negociações sobre um tratado bilateral de investimentos este ano e assinem um plano estratégico de cooperação bilateral para os próximos cinco anos o quanto antes.

Os dois lados devem trabalhar conjuntamente promovendo a cooperação internacional no enfrentamento das mudanças climáticas e na melhoraria da cooperação digital, disse Wang.

China e Europa têm suas próprias vantagens no desenvolvimento de economias digitais e compartilham preocupações comuns, destacou Wang, acrescentando que devem insistir em abrir seus mercados um para o outro e promover a formulação de normas e regras digitais globais.

Em suas conversas com Maas em Berlim na terça-feira, Wang disse que a China e a Europa são parceiros, não rivais. Ele refletiu que ambos deveriam tolerar e aprender uns com os outros e injetar mais estabilidade no mundo, que está sofrendo com turbulências.

China e Alemanha também precisam trabalhar juntas para se opor a uma "nova Guerra Fria", tomar ações concretas para manter o bom funcionamento da cadeia de abastecimento global e rejeitar o "dissociação" e a desglobalização, disse Wang.

Durante as negociações Maas disse que a "dissociação" não está de acordo com os interesses de ninguém. Ele afirmou que a Alemanha espera fortalecer a cooperação política, econômica e cultural com a China.

Na terça-feira, Wang se encontrou com o presidente alemão Frank-Walter Steinmeier, que reafirmou a adesão de seu país ao princípio de uma só China e sua posição de defender o multilateralismo nos assuntos globais. Steinmeier disse que a Alemanha não quer que o mundo seja dividido em campos opostos.

Ding Chun, diretor do Centro de Estudos Europeus da Universidade de Fudan, disse que a viagem de Wang obteve "resultados encorajadores" neste momento em que os Estados Unidos se engajam no unilateralismo e nas tentativas de isolar a China.

A viagem ajudou a fortalecer os laços China-Europa, que são importantes para a governança global e a recuperação da economia global, disse Ding.

Em uma entrevista coletiva diária na quarta-feira (3), a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Hua Chunying, disse que o mundo precisa escolher entre multilateralismo e unilateralismo, abertura e isolamento e cooperação e confronto. Ela acrescentou que a China e a Europa têm um consenso amplo e importante sobre essas questões.

A China espera continuar trabalhando com a Europa para promover laços, salvaguardar o multilateralismo e o livre comércio e contribuir para a paz mundial, disse Hua.

Cui Hongjian, diretor do Departamento de Estudos Europeus do Instituto de Estudos Internacionais da China, disse que tanto a China quanto a Europa são vítimas do unilateralismo e precisam consolidar repetidamente seu consenso sobre a cooperação, já que alguns países europeus foram pressionados pelos EUA a se "dissociarem" da China.

Observando a importância dos laços entre a China e a Europa para o comércio global e o multilateralismo, Cui afirmou que a cooperação bilateral também ajudará a prevenir "o renascimento da Guerra Fria" e aliviar as tensões entre a China e os EUA.

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