Foto divulgada em 23 de agosto de 2016 pelo centro de projetos espaciais da Administração Estatal Chinesa de Ciência, Tecnologia e Indústria para Defesa Nacional mostra o conceito que retrata como seria o veículo espacial e o lander de Marte. [Photo / Xinhua]

A Tianwen-1, uma sonda chinesa de Marte, foi transportada para a província de Hainan, onde deve ser lançada no topo de um foguete Longa Marcha 5 nos próximos dias, segundo a Academia Chinesa de Tecnologia Espacial.

A academia informou em comunicado não detalhado na terça-feira (14) que a espaçonave está passando por preparativos de pré-lançamento no Centro de Lançamento Espacial Wenchang, em Wenchang, antes de iniciar a primeira exploração independente da China em Marte.

De acordo com o pai da academia, a China Aerospace Science and Technology Corp, um conglomerado espacial estatal, a missão de Tianwen-1, ou Busca pela Verdade Celestial I, cumprirá três objetivos científicos - orbitando o planeta vermelho para observação abrangente, aterrissando no solo de Marte e enviando um veículo espacial para percorrer o local de pouso. A sonda irá conduzir investigações científicas sobre o solo, a estrutura geológica, o ambiente, a atmosfera e a água do planeta.

Se a Tianwen-1 for bem-sucedido, ela se tornará a primeira expedição a Marte, cumprindo os três objetivos com uma sonda, informou a empresa.

Tianwen é um longo poema de um famoso poeta antigo, Qu Yuan, do Reino de Chu, durante o Período dos Reinos Combatentes (475-221 a.C). Qu Yuan é conhecido por seu patriotismo e contribuições à poesia e versos clássicos, especialmente através dos poemas da Antologia Chu Ci, também conhecida como Canções de Chu.

Na primeira etapa da missão, um Longa Marcha 5, o maior e mais poderoso foguete do país, decolará no centro de Wenchang para transportar a sonda robótica pela trajetória de transferência Terra-Marte antes que a espaçonave inicie seu voo auto-propulsor em direção ao campo de gravidade de Marte.

A sonda viajará por cerca de sete meses antes de chegar a Marte, que no ponto mais distante de sua órbita fica a cerca de 400 milhões de quilômetros da Terra e 55 milhões de quilômetros no ponto mais próximo.

O contratante espacial afirmou que a sonda consiste em três partes - o orbital, o lander e o rover - e eles se separarão na órbita de Marte. O orbital permanecerá na órbita para operações científicas e para retransmitir sinais enquanto a combinação lander-rover realizará uma descida e aterrissagem autônomas.

O rover, que deve se tornar o sétimo do mundo e o primeiro da Ásia, possui seis rodas e quatro painéis solares e carrega seis instrumentos científicos. Ele pesa mais de 200 kg e funcionará por cerca de três meses no planeta, afirmaram os designers.

Em uma segunda etapa para o programa de exploração de Marte da China, uma sonda maior partirá para Marte por volta de 2030 para colher amostras e depois retornará à Terra, afirmaram autoridades espaciais.