Embaixador: o Reino Unido não tem direitos de ‘supervisão’ sobre Hong Kong

Fonte: Diário do Povo Online    02.07.2020 15h36

O embaixador chinês no Reino Unido, Liu Xiaoming, rejeitou na quarta-feira as acusações britânicas contra a lei de segurança nacional para a Região Administrativa Especial de Hong Kong (RAEHK) e clarificou a posição da China.

“As recentes afirmações do Reino Unido relativamente à lei de segurança nacional para a RAEHK são irresponsáveis e injustificáveis. Elas representam uma interferência petulante nos assuntos internos da China e são contrárias aos importantes princípios do respeito mútuo pela soberania, integridade territorial e não interferência nos assuntos internos, defendidos pela Carta da ONU e pelo Comunicado Conjunto do Reino Unido e China para o intercâmbio de embaixadores”, disse Liu durante um encontro com Simon McDonald, sub-secretário permanente do Ministério dos Assuntos Estrangeiros e da Commonwealth.

O primeiro-ministro Boris Johnson afirmou que o Reino Unido irá atribuir direitos de residência e a possibilidade de cidadania até 3 milhões de pessoas em Hong Kong, após a lei de segurança nacional ter sido ratificada.

O lado Chinês expressou profunda preocupação e forte oposição, segundo Liu acrescentou.

Ele reiterou que o conteúdo essencial da Declaração Conjunta Sino-Britânica visa assegurar que Hong Kong é devolvida à China.

“Nem uma palavra ou parágrafo da Declaração Conjunta dá ao Reino Unido qualquer responsabilidade sobre Hong Kong após a sua entrega. O Reino Unido não tem soberania, jurisdição ou direito de ‘supervisão’ sobre Hong Kong após a entrega. Hong Kong é uma região administrativa especial da China. Os seus assuntos são puramente do âmbito interno da China e não são passíveis a qualquer interferência externa”, asseverou Liu.

“É sempre o governo central de um país o responsável por garantir a segurança nacional. A lei de segurança nacional para a RAEHK é oportuna, necessária e razoável”, referiu Liu.

O diplomata acrescentou que a China permanece inabalável na sua determinação de assegurar a soberania, segurança e interesses de desenvolvimento nacionais, exortando o Reino Unido a parar com suas interferências nos assuntos de Hong Kong.

A Lei da República Popular da China para a Salvaguarda da Segurança Nacional na Região Administrativa Especial de Hong Kong, cuja entrada em vigor data de segunda-feira à noite, consiste em um esforço do governo central para combater a secessão, subversão e conluio com forças externas. Vários oficiais de Hong Kong, incluindo a chefe do executivo, Carrie Lam, manifestaram-se a favor da lei.

(Web editor: Fátima Fu, editor)

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