Rio de Janeiro, 1º jul (Xinhua) -- O Exército brasileiro entregou equipamentos de proteção e remédios a comunidades indígenas que vivem na floresta amazônica, buscando proteger essas tribos da COVID-19, informaram fontes oficiais nesta quarta-feira.

A operação é coordenada pelos ministérios da Defesa e Saúde e pretende beneficiar cerca de 2.500 indígenas das etnias Yanomami, Macuxi e Ye'Kuana, que vivem nas reservas Yanomami e Raposa Serra do Sol, no estado de Roraima (norte do país e fronteiriço com Venezuela e Guyana).

"Esta operação, que está sendo realizada junto com as Forças Armadas, tem como principal importância fazer o acompanhamento por meio de testes da COVID-19 nas aldeias próximas", explicou o capitão e médico naval, Jarbas de Souza, à Agência Brasil.

Até o momento, nenhum dos indígenas testados em exames rápidos deu positivo.

A pandemia do novo coronavírus supõe uma grande ameaça para os milhares de indígenas brasileiros que não possuem imunidade para doenças externas e cuja vida comunitária impede que mantenham o distanciamento social.

Para chegar às reservas indígenas, o Exército utilizou um helicóptero Blackhawk entre Boa Vista, capital de Roraima, e um posto militar na selva, carregado com máscaras, álcool gel, aventais, luvas, testes e remédios, entre eles 13.500 doses de cloroquina.

"Como a sociedade, os indígenas também têm medo. É um vírus desconhecido, para eles, para nós também, muitos preferiram se isolar, sem ter contato com as equipes médicas, como forma de prevenção, então vemos que eles têm medo", explicou Elaine Maciel, do escritório regional da Fundação Nacional do Índio (Funai), que acompanhou o trabalho.

Antes do embarque, em uma ação preventiva buscando a segurança das comunidades indígenas e da própria tripulação, todos os militares membros da expedição tiveram a temperatura verificada e se submeteram a testes para detectar a COVID-19.