Rio de Janeiro, 6 jun (Xinhua) -- O embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, afirmou nesta sexta-feira que os "críticos contumazes" da relação entre ambos os países devem pensar "a longo prazo" e ressaltou a longa relação comercial entre os dois países, que tem "um enorme potencial".
"Aconselhamos os críticos contumazes da China e das relações sino-brasileiras que considerem mais os sentimentos e os interesses dos dois povos ante a parceria e amizade China e Brasil", afirmou o embaixador em uma entrevista coletiva virtual .
"É importante ter uma perspectiva de longo prazo porque a pandemia e as dificuldades são, hoje, transitórias. A razão pela qual a China e o Brasil são parceiros estratégicos é que não há atritos históricos nem conflitos de interesse das duas nações. Pelo contrário, os dois países compartilham uma vasta gama de interesses comuns", acrescentou Yang.
Segundo o diplomata, "é importante ter uma perspectiva de longo prazo. A pandemia é um problema transitório. Temos uma parceria robusta com enorme potencial e a amizade e cooperação entre os dois países são fruto do esforço de várias gerações. Em vez de prejudicar, temos que fazer nossa parte para favorecer estes laços de amizade entre os dos povos", explicou.
Desde 2009, a China é o principal parceiro comercial do Brasil, embora nos últimos meses, devido à proximidade ideológica do governo brasileiro com os Estados Unidos, alguns membros do Executivo fizeram declarações polêmicas contra o país asiático.
Para Yang, é hora de "superar as diferenças de cor da pele, história, cultura e sistema social para construir uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade".
O embaixador recordou que a China ajuda 150 países e organismos internacionais sem buscar "vantagens geopolíticas ou econômicas, muito menos impor quaisquer condições políticas". Nesse sentido, afirmou que a China está preparada para aprofundar as relações bilaterais com o Brasil.
"A parte chinesa está preparada para trabalhar com o governo brasileiro e com os distintos setores da sociedade para aumentar a confiança mutua e expandir as cooperações bilaterais, aprofundá-las e crescer de maneira contínua, com benefício para os dois povos", destacou.
Yang recordou que a "China tem se mantido nos últimos 15 anos, como o maior parceiro e destino das exportações do Brasil, único país da América Latina com um comércio de US$ 7 bilhões. Em 2020, o comércio bilateral registrou um aumento de 3,5% e o Brasil vendeu quase 11% a mais que no mesmo período do ano passado, incluindo soja, minério de ferro celulose e outros".
Segundo o embaixador, "não foi fácil conseguir este resultado, mas demonstra que a pandemia não afetou o fato de que nosso comércio é complementar e tem um potencial enorme. Haverá mais espaço na China para compra de produtos e serviços de qualidade do Brasil".
Para Yang, "nossa demanda por produtos brasileiros crescerá de forma estável" e citou entre os produtos "frutas, lácteos, proteína animal e café".