Principal agência de inteligência dos EUA diz que coronavírus "não é artificial e geneticamente modificado"

Fonte: Xinhua    02.05.2020 17h47

Washington, 30 abr (Xinhua) - A principal agência de inteligência dos EUA disse na quinta-feira que a comunidade de inteligência do país não acredita que o coronavírus tenha sido produzido pelo homem ou geneticamente modificado.

A comunidade de inteligência dos EUA "concorda com o amplo consenso científico de que o vírus COVID-19 não foi produzido pelo homem ou geneticamente modificado", afirmou o Escritório do Diretor de Inteligência Nacional (EDIN) em comunicado.

O EDIN disse que está investigando se o vírus emergiu de um laboratório em Wuhan, China, embora o boato tenha sido repetidamente descartado entre os cientistas, que geralmente acreditam que o vírus surgiu de animais para humanos de alguma maneira natural, envolvendo agricultura, caça ou transporte de animais selvagens.

Citando autoridades atuais e ex-americanas, o The New York Times informou na quinta-feira que altos funcionários do governo Trump pressionaram as agências de inteligência a procurarem evidências para apoiar uma teoria infundada de que um laboratório em Wuhan era a origem do surto enquanto o presidente, Donald Trump, escalava uma campanha pública para culpar a China pela pandemia.

Alguns analistas de inteligência estão preocupados com o fato de a pressão desses funcionários distorcer as avaliações sobre o vírus e que elas possam ser usadas como arma política, segundo o relatório.

O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, ex-diretor da Agência Central de Inteligência (CIA), assumiu a liderança em pressionar as agências de inteligência a obterem mais informações, disse o relatório, acrescentando que Matthew Pottinger, vice-consultor de segurança nacional de Trump, pressionava agências de inteligência de vez em quando desde janeiro, para reunirem informações que "possam apoiar qualquer teoria de origem vinculada a um laboratório".

O relatório também disse que Anthony Ruggiero, chefe do departamento do Conselho de Segurança Nacional que rastreia armas de destruição em massa, expressou frustração durante uma videoconferência em janeiro de que a CIA não foi capaz de apoiar qualquer teoria sobre a origem do surto.

A maioria das agências de inteligência permanece cética quanto à possibilidade de encontrar evidências conclusivas de um vínculo de um laboratório, e cientistas que estudaram a genética do coronavírus dizem que a grande probabilidade é de que ele tenha surgido de animal para humano em um ambiente não-laboratorial, como foi o caso com HIV, ebola e SARS, de acordo com o relatório.

À medida que as mortes de COVID-19 continuam aumentando nos Estados Unidos, o governo Trump e seus aliados no Congresso tentam desesperadamente desviar as críticas sobre seus erros, culpando os outros.

Até quinta-feira ao meio-dia, os Estados Unidos registraram mais de 1,04 milhão de casos de COVID-19, com mais de 61.000 mortes, de acordo com uma contagem da Universidade Johns Hopkins.

(Web editor: Renato Lu, editor)

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