EUA deportam milhares de migrantes para países vulneráveis ​​em meio a surto de Covid-19

Fonte: Xinhua    24.04.2020 14h21

Washington, 22 abr (Xinhua) - Os Estados Unidos continuam a deportação de milhares de migrantes, alguns já doentes com o novo coronavírus, para os países mais vulneráveis ​​do Hemisfério Ocidental, apesar das reclamações e críticas generalizadas, informou a mídia nacional.

A tendência preocupante ocorre quando o presidente dos EUA, Donald Trump, disse na terça-feira que a Casa Branca interromperia a imigração de destinatários de visto permanente por 60 dias.

Desde que o coronavírus atingiu os Estados Unidos, as autoridades de imigração deportaram dezenas de migrantes infectados, deixando os governos do México, América Central e Caribe lutando para reagir, de acordo com o The Washington Post.

Em um e-mail para a transmissão, a Imigração e Alfândega dos EUA disse que deportou 2.985 pessoas nos primeiros 11 dias de abril, sem responder as perguntas sobre a continuação das deportações durante a pandemia.

México e Haiti relataram infecções por Covid-19 entre migrantes deportados recentemente dos Estados Unidos, disseram autoridades na terça-feira, além das dezenas de guatemaltecos deportados para casa pela alfândega dos EUA desde o final de março, que deram positivo para o coronavírus após retornar.

No estado de Tamaulipas, no México, do outro lado do Rio Grande, no extremo sul do Texas, as autoridades dizem que o estado recebe cerca de 100 deportados por dia, alguns dos quais já estão doentes quando chegam, informou o The Washington Post.

Na segunda-feira, as autoridades estaduais de Tamaulipas disseram que pelo menos 15 migrantes de vários países deram positivo para o coronavírus em um abrigo no norte do México, acrescentando que eles foram isolados, de acordo com um relatório da teleSUR, uma plataforma multimídia da América Latina.

No domingo, o presidente da Guatemala, Alejandro Giammattei, disse que um total de 50 migrantes deportados pelos Estados Unidos para o país da América Central haviam testado positivo para o Covid-19, informou o teleSUR.

As restrições reforçadas da fronteira dos Estados Unidos também deixaram muitas crianças e adolescentes chegando à fronteira sem responsáveis ​​adultos, causando críticas generalizadas dos defensores dos direitos humanos.

Em resposta, o governo mexicano pediu na segunda-feira ao Departamento de Segurança Interna dos EUA que testasse os deportados para o coronavírus, enquanto a Guatemala suspendeu temporariamente os voos de volta dos Estados Unidos.

Em um discurso televisionado na sexta-feira, Giammattei disse que a suspensão dos voos de deportação que começou na quinta-feira continuaria até que os Estados Unidos pudessem garantir às autoridades guatemaltecas que os deportados estavam sendo deportados "sem coronavírus", segundo o The New York Times.

(Web editor: Fátima Fu, editor)

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