O excesso de oferta no mercado petrolífero nos EUA fez com que ontem (20), o preço do barril de crude do West Texas Intermediate (WTI) tenha caído em 300% para valores negativos, para os -37,63 dólares. A diferença face ao Brent do mar do Norte quase atingiu os 25,57 dólares, atingindo, assim, o valor mais baixo de sempre.
Os principais motivos apontados para a queda são a aproximação do final do prazo dos futuros e o excesso de matéria prima em stock face à demanda real.
Existem atualmente mais de 100 milhões de barris por vender no mundo, sendo que nos EUA apenas existem mais de 55 milhões de barris em stock - 72% da capacidade máxima de armazenamento.
Duas outras notícias afetaram também o preço nos EUA, designadamente: a decisão de um ETF de petróleo norte-americano alocar 20% da sua posição para fundos de julho, gerando a venda de contratos com vencimentos anteriores e a falência da singapurense Hin Leong Haitong, após esconder a perda de 800 milhões de dólares em investimentos de futuros.
O Brent saiu também penalizado com uma queda de 9% para os 25,60 dólares por barril, não tendo, porém, sido tão castigado como o WTI, mantendo um preço 6 vezes superior.
A pandemia de Covid-19 é tida como a principal razão para a quebra de demanda, sendo que o grupo OPEP+ acabou por concordar num corte da produção para que haja uma adaptação realista ao cenário atual.