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OMS pede unidade internacional após Trump cancelar financiamento

Fonte: Diário do Povo Online    16.04.2020 10h08

O chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS) disse na quarta-feira (15) que lamenta a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de cancelar o financiamento para a agência e pediu unidade mundial para combater a pandemia do novo coronavírus.

A decisão do presidente dos EUA de suspender o financiamento da OMS para o tratamento da pandemia foi condenada por líderes mundiais na quarta-feira, quando as infecções globais registradas ultrapassaram a marca de dois milhões.

"Os Estados Unidos são amigos generosos e de longa data da OMS e esperamos que continue assim", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em entrevista coletiva. "Lamentamos a decisão do presidente dos Estados Unidos de suspender o financiamento à OMS".

Ghebreyesus lembrou a Trump que "a OMS não está apenas combatendo a Covid-19. Também estamos trabalhando para combater a poliomielite, sarampo, malária, Ebola, HIV, tuberculose, desnutrição, câncer, diabetes, saúde mental e muitas outras doenças e condições".

Os Estados Unidos eram o maior doador da OMS, tendo fornecido mais de 400 milhões de dólares americanos em 2019, aproximadamente 15% do orçamento do órgão.

A decisão de Trump foi condenada internacionalmente. A União Europeia disse que Trump "não tem razão" para congelar o financiamento da OMS nesta fase crítica, tendo também solicitado medidas para promover a unidade em vez da divisão. O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, publicou em seu Twitter que "Culpar não ajuda", e lembrou que "o vírus não conhece fronteiras. Devemos trabalhar em estreita colaboração contra a Covid-19".

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, afirmou que o país está "seriamente preocupado" com a decisão do governo dos EUA de suspender o financiamento. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, alertou contra a politização da questão, acrescentando que ele acredita que a OMS "agiu efetivamente" no tratamento da pandemia.

Tedros acrescentou: "A OMS está revisando o impacto em nosso trabalho de qualquer retirada de financiamento dos EUA e trabalharemos com parceiros para preencher quaisquer lacunas e garantir que nosso trabalho continue ininterrupto".

No entanto, ele enfatizou que agora é o momento do mundo se unir nesta luta comum contra o surto, que ele descreveu como um "inimigo perigoso".

Mike Ryan, o principal especialista em emergências da OMS, disse que haveria oportunidades nas próximas semanas e meses para discutir o orçamento da OMS com seus outros 193 estados.

"Estamos focados em realizar um trabalho muito importante e suprimir esse vírus e salvar vidas", disse Ryan.

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