Brasil contabiliza 621 casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus, governo inicia controlo fronteiriço

Fonte: Diário do Povo Online    20.03.2020 10h58

Até as 17h do dia 19 de março, hora de Brasília, o país havia confirmado 621 casos de infeção por novo coronavírus e 7 mortes.

Os dois estados com o maior número de diagnósticos foram São Paulo e o Rio de Janeiro, com 286 e 65 casos, respetivamente. As mortes registradas ocorreram nestes dois estados, sendo que as vítimas tinham todas mais de 60 anos. Dos 20 estados e distritos federais do Brasil, houve 6 focos de transmissão comunitária.

Para prevenir o alastramento da epidemia, o governo brasileiro irá fechar as fronteiras terrestres com a Argentina, Bolívia, Colômbia, Guiana, Guiana Francesa, Paraguai, Peru e Suriname dentro de 15 dias. Os voos não foram restritos e grupos seletos de pessoas, incluindo nacionais brasileiros e residentes permanentes no Brasil, poderão continuar a entrar no país normalmente. O Brasil encerrou anteriormente algumas das suas fronteiras com a Venezuela, estando atualmente discutindo com o Uruguai o encerramento da fronteira entre os dois países.

Anteriormente, apenas 3 laboratórios nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Pará estavam capacitados para detetar o novo coronavírus. No presente, laboratórios de saúde pública em 26 estados e distritos federais passaram a ter capacidade de deteção. O país pode produzir 3,500 a 4,000 kits a cada 3 dias e distribuí-los por laboratórios em vários estados para aumentar a deteção do novo coronavírus.

De modo a evitar despedimentos em massa devido à suspensão laboral e a assegurar que a taxa de empregabilidade no país não registra uma queda abrupta, o governo brasileiro sugeriu também ao congresso que, durante o período epidemiológico, os salários poderão ser deduzidos com base na proporção do menor número de horas laborais dos trabalhadores.

A GOL, a segunda maior transportadora aérea brasileira, anunciou que irá suspender todos os voos internacionais entre 23 de março e 30 de junho. A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) prevê que, devido à epidemia, a demanda de voos domésticos no Brasil irá cair em 30% e que a demanda por voos internacionais venha a decrescer em 50%. O preço do combustível deverá se tornar mais caro com a apreciação do dólar americano, e os custos operacionais para as transportadoras aéreas aumentarão como consequência. A situação para o setor é, portanto, severa.

Desde este ano, o real brasileiro depreciou em 26% face ao dólar.

(Web editor: Renato Lu, editor)

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