Bissau, 28 dez (Xinhua) -- Uma atmosfera de calma é observada em Bissau, capital do país da África Ocidental Guiné-Bissau, no sábado, antes da eleição presidencial do segundo turno, que será realizada no domingo.
Durante o segundo turno, é estimado que mais de 700.000 eleitores votem e escolham um presidente para os próximos cinco anos entre Domingos Simões Pereira, candidato do Partido Africano pela Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), e Umaro Sissoco Embalo, apoiado pelo Movimento pela Alternação Democrática (MADEM-G15).
Em 29 de novembro, a Comissão Nacional de Eleições da Guiné-Bissau (CNE) anunciou os resultados do primeiro turno das eleições presidenciais, que mostraram que os ex-primeiros-ministros Domingos Simões Pereira e Umaro Sissoco Embalo conquistaram respectivamente 40,13 e 27,65 por cento dos votos. O presidente em exercício, José Mario Vaz, obteve apenas 12,41 por cento.
Durante o primeiro turno das eleições presidenciais de 24 de novembro, Pereira venceu 6 das 9 regiões em todo o país, incluindo as regiões de Bissau e Oio, onde a maioria dos eleitores está registrada. De acordo com os números dados pela Comissão Nacional de Eleições, entre os 761.676 eleitores registrados, mais de 40 por cento são de regiões de Bissau e Oio.
O outro candidato, Umaro Sissoco Embalo, do MADEM G-15, venceu a primeira rodada nas regiões de Bafata e Gabu, onde a maioria dos moradores são muçulmanos e seu grupo étnico Fula. O presidente em exercício, José Mario Vaz, havia anunciado seu apoio à Embalo, juntamente com Carlos Gomes Junior.
Diante de uma alta taxa de abstenção de 25 por cento durante o primeiro turno, o presidente do CNE, José Pedro Sambu, pediu na sexta-feira que os bissau-guineenses participem plenamente da votação de domingo.
Ele afirmou "todas as condições técnicas, logísticas e de segurança já estão em vigor".
O CNE estimou que mais de 100 observadores internacionais da União Africana, da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), entre outros, estariam presentes.
A sociedade civil também supervisionaria o processo de votação. Segundo a porta-voz das organizações da sociedade civil Silvina Tavares, "o processo será supervisionado antes e depois da votação".
Quanto às medidas para garantir a segurança da votação, o comissário de polícia, Armando Nhaga, anunciou mais de 7.000 policiais e as forças da CEDEAO seriam destacadas.
A votação está marcada para começar no domingo às 7:00, horário local, e terminar às 17:00.
A eleição presidencial é vista como um passo fundamental para acabar com a crise política existente que ocorreu em 2015 entre o presidente Vaz, que dissolveu o então governo liderado por Domingos Simões Pereira, seu principal rival político.
Desde sua independência de Portugal em 1974, o país da África Ocidental tem enfrentado uma crise política, com apenas Vaz terminando um mandato de cinco anos como presidente.