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Balanço de 2019, ano de efemérides nas relações da China com os países de língua portuguesa

Fonte: Diário do Povo Online    27.12.2019 17h06

A chegada ao fim do ano de 2019 dita o fim de uma década e de um ano de comemoração de algumas datas marcantes na relação entre a China e os países de língua portuguesa, especialmente com Portugal e Brasil.

Este ano foi assinalado o 45º aniversário das relações diplomáticas Brasil-China, sendo que a data foi festejada, não só com vários eventos informais, mas também ao mais alto nível, através das visitas do chanceler chinês Wang Yi ao Brasil e dos vice-presidente Hamilton Mourão e presidente Jair Bolsonaro à China.

A este respeito, Chen Duqing, primeiro embaixador da China no Brasil, recordou em um artigo publicado no Diário do Povo Online a evolução das relações como "um processo que levou tempo", mas que nos últimos anos tem se intensificado cada vez mais, ao ponto da China ser já há 10 anos o maior parceiro comercial do Brasil.

Para o embaixador, o princípio de não interferência mútua tem sido determinante no decorrer de uma relação de já quase meio século: "Nunca interferimos nos assuntos internos um do outro e respeitamos o sistema escolhido pela outra parte no seu caminho rumo ao desenvolvimento", relembra.

Os sinais recentes levam o embaixador a acreditar que a cooperação entre os dois países poderá ser expandida "nos setores de alta tecnologia, inovação tecnológica, comércio eletrônico, entre outros afins".

Com efeito, a comitiva liderada por Jair Bolsonaro anunciou, durante a visita a Beijing, a isenção de vistos a chineses viajando em turismo ou em negócios ao Brasil, sem que seja exigida reciprocidade.

Adicionalmente, o ano de 2019 marcou também os 40 anos de relações diplomáticas entre Portugal e a China e os 20 anos da transição da administração de Macau para a China, sendo que várias atividades de cariz sociocultural foram realizadas ao longo do ano nos dois países para lembrar esses acontecimentos.

Destacam-se exemplos como o Festival da Cultura Chinesa em Portugal; a exposição "A Rota Marítima da Seda", realizada no Palácio da Ajuda, em Lisboa; os espetáculos da Companhia Nacional de Ópera da China, Companhia Nacional de Balé e Companhia de Dança Moderna de Guangdong em Portugal; e a Exposição de Fotografia em Comemoração do 70º Aniversário da Fundação da República Popular da China.

Este foi também um ano marcado pela visita do presidente Marcelo Rebelo de Sousa à China, sob convite do presidente Xi Jinping, que se deslocara a Portugal no final do ano passado.

Cai Run, embaixador chinês em Portugal, exalta os avanços alcançados nas relações bilaterais ao longo dos últimos anos. Entre os vários exemplos de interações bem sucedidas, Cai destaca: a China é o maior parceiro de negócios de Portugal na Ásia, e Portugal o quinto maior destino de investimento chinês na Europa; Portugal é o primeiro país da UE a estabelecer uma “parceria azul” com a China para a cooperação marítima; Portugal é o primeiro país europeu a emitir cartões Unionpay e tornar-se-á em breve o primeiro país da zona euro a emitir títulos de dívida em RMB; aumento do número de cursos de português em universidades chinesas e do interesse pelo mandarim nas universidades portuguesas, com a abertura de 2 novos Institutos Confúcio em Portugal; realização de projetos de cooperação trilateral em países de língua portuguesa e não só.

Macau, que assinalou a 20 de dezembro o 20º aniversário da transferência de administração, celebrou a data histórica com vários festejos, contando com a presença do presidente Xi Jinping.

Xu Yingzhen, secretária-geral do secretariado permanente do Fórum de Macau fala do sucesso da instituição e congratula-se com a relação cada vez forte que Macau nutre com os países de língua portuguesa.

Xu adianta mesmo que "a relação da China com os países de língua portuguesa atravessa o melhor período da história", algo que se reflete no Fórum de Macau que, recentemente, passou a contar com São Tomé e Príncipe, congregando todos os países de língua portuguesa.

A secretária-geral diz que Macau, enquanto plataforma, pode não só servir de ponte econômica e comercial, mas também de elo de promoção cultural e interpessoal entre a China e a lusofonia.

"No futuro, no contexto da iniciativa do 'Cinturão e Rota' e da construção da Grande Área da Baía de Guangdong-Hong Kong-Macau, Macau poderá tirar partido da sua função de ponte com os países de língua portuguesa, servindo-se da língua, cultura e semelhanças legais com os países de língua portuguesa", asseverou. 

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