Rio de Janeiro, 27 jul (Xinhua) -- A ascensão dos mercados emergentes e dos países em desenvolvimento, representados pelos países do BRICS, promoveu um mundo mais multipolar, disse na sexta-feira o conselheiro de Estado e ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi.
Na Reunião Formal dos Ministros das Relações Exteriores do BRICS, Wang também disse que a cooperação do BRICS não é uma solução temporária para os cinco países mas uma escolha estratégica que se concentra no desenvolvimento comum e de longo prazo e tem perspectivas brilhantes.
Os cinco países são Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Wang disse que, independentemente das mudanças no panorama internacional, a direção da cooperação do BRICS não deve mudar. Diante dos novos desafios, os cinco países devem permitir que suas vozes sejam ouvidas, oferecer mais soluções para os assuntos mundiais urgentes e desempenhar um maior papel em assuntos mundiais.
Wang assinalou que o unilateralismo prejudica as regras internacionais e desafia o Estado de direito internacional, o que exacerba a instabilidade e incerteza do mundo.
Os países do BRICS devem tomar a liderança em manter o multilateralismo e defender o sistema de governança mundial com a ONU no núcleo e sob o direito internacional.
Além disso, o bloco deve defender o sistema de comércio multilateral representado pela OMC e proteger os interesses comuns e o espaço de desenvolvimento do mercado emergente e países em desenvolvimento, disse.
Os cinco países devem continuar conjuntamente integrando os interesses de outros países do mercado emergente e dos países em desenvolvimento através de flexíveis e diversas plataformas, como o "BRICS Plus".
Na reunião, todos os cinco ministros das Relações Exteriores concordaram em defender os propósitos e princípios da Carta da ONU, defender o multilateralismo e o livre comércio, opor-se ao unilateralismo e protecionismo, fortalecer a governança mundial, e construir uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade.
Eles concordaram que os assuntos regionais em destaque devem ser resolvidos por diálogo e consulta e que a cooperação do BRICS deve beneficiar os povos dos cinco países.
Os ministros das Relações Exteriores também concordaram em manter a vigilância sobre os assuntos de cibersegurança e expressaram a oposição ao uso de cibersegurança para suprimir o desenvolvimento de ciência e tecnologia em outros países. Eles concordaram em trabalhar para um ambiente aberto e não discriminatório para a aplicação da tecnologia da informação.
Os chanceleres encarregaram-se do trabalho preparativo para a Cúpula do BRICS que será realizada em Brasília em novembro.