Vários líderes de negócios de Hong Kong expressaram a sua opinião relativamente às consequências do confronto comercial entre a China e os EUA, na última segunda-feira.
Segundo eles, não haverá qualquer vencedor resultante desta disputa, sendo que os consumidores estadunidenses sairam diretamente lesados neste cenário.
Edward Yau Tang-wah, secretário para o Comércio e Desenvolvimento Econômico de Hong Kong, encontrou-se com representantes das principais câmaras de comércio e associações de pequenas e médias empresas, para discutir o impacto do conflito comercial na Região Administrativa Especial.
Os bens exportados de Hong Kong, avaliados em mais de 130 bilhões de dólares de Hong Kong, serão afetados no caso da administração Trump impor uma lista de 10% de tarifas a 200 bilhões de dólares de produtos chineses, além das tarifas já em vigor sobre as importações chinesas no valor de mais de 50 bilhões de dólares. Estas perfazem metade do total de bens chineses destinados aos EUA que atravessem a cidade e 2.2% do total das exportações de Hong Kong, disse Yau.
“Uma guerra comercial começou e o sentimento do mercado é negativo, mas após conversar com as câmaras de comércio, nenhuma empresa de Hong Kong sofreu quaisquer impactos de maior”, referiu.
Hong Kong está preparada e introduziu garantias de crédito para as PMEs, caso necessário. A troca de informações foi também aumentada entre todos os acionistas e câmaras de comércio, as quais podem comunicar diretamente com os departamentos governamentais.
A tarifa de 50 bilhões de dólares irá afetar o crescimento anual do PIB de Hong Kong entre 0.1% a 0.2%, todavia, é difícil fazer uma estimativa das influências indiretas, incluindo perspetivas de investimento, disse Yau.
Hong Kong irá assinar acordos de livre comércio com mais países, expandir o alcance do seu comércio livre, e propor o estabelecimento de 5 escritórios adicionais além-mar — abertura de um terceiro escritório na ASEAN e um escritório em cada um dos seguintes países: Índia, Coreia do Sul, Rússia, Emirados Árabes Unidos.
Jimmy Kwok, presidente da Federação de Indústrias de Hong Kong, disse que os custos da manufatura irão aumentar devido à guerra comercial, e que metade dos manufatureiros indicaram que os custos acrescidos serão impostos aos consumidores americanos.
Ng Wang Pun, presidente da Associação Chinesa de Manufatureiros de Hong Kong, disse que aproximadamente 30% dos membros da associação estão pessimistas face às perspetivas de futuro, enquanto 35% assumem otimismo.