Brasil estuda recorrer à OMC contra decisão dos EUA de sobretaxar importações de aço e alumínio

Fonte: Xinhua    04.03.2018 15h23

Rio de Janeiro, 3 mar (Xinhua) -- O governo brasileiro estuda recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a decisão dos Estados Unidos de sobretaxar as importações de aço e alumínio, algo que pode causar um grande prejuízo à indústria brasileira, informaram no sábado fontes oficiais.

Em declarações à imprensa, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Marcos Jorge de Lima, assegurou no sábado que o Brasil buscará primeiramente uma negociação com os EUA para que a administração de Donald Trump desista de suas pretensões e que, em caso de não chegar a bom termo, levará o caso à OMC.

"O secretário norte-americano indicou que há possibilidade de recursos por parte de países como o nosso", disse Lima, que esta semana esteve em Washington para discutir o assunto com as autoridades dos EUA e pediu que o aço brasileiro fique fora da sobretaxa.

O ministro brasileiro afirmou que a indústria brasileira e a norte-americana são complementares porque cerca de 80% do aço exportado do Brasil para os EUA correspondem a produtos semiacabados que também são utilizados nas siderúrgicas dos EUA.

Lima alertou sobre as consequências que a decisão do governo de Donald Trump pode causar a economia brasileira e disse que pode afetar cerca de 100 mil trabalhadores brasileiros, embora tenha afirmado que "para termos una avaliação mais profunda dos impactos teremos que esperar a publicação oficial da medida".

O ministro não quis falar em represálias mas lembrou que Brasil é o maior importador de carvão dos EUA e destacou: "carvão que é processado precisamente para retornar na forma de semiacabado para os EUA".

Segundo dados oficiais, o Brasil exportou US$ 2,63 bilhões em aço para os EUA em 2017, o que significou 33% das vendas do produto para o exterior. Além disso, o país embarcou no ano passado US$ 120,7 milhões em alumínio aos EUA, 15% do total exportado.

"Isto, certamente, impactará nos empregos e na nossa siderúrgica", lamentou Lima, para quem Trump "está prejudicando todo o mundo com esta medida protecionista", que prevê aumentar as tarifas de importação de aço em 25% e de alumínio em 10%. O Brasil é o segundo maior exportador de aço para os EUA.

(Web editor: 张睿, editor)

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