Rio de Janeiro, 19 jul (Xinhua) -- Em uma mensagem divulgada na segunda-feira nas redes sociais, o presidente Michel Temer anunciou que apresentará "em breve" uma reforma para simplificar o sistema tributário.
"Esse será outro ponto que levaremos adiante em brevíssimo tempo. Melhoraremos nossa competitividade no campo empresarial abrindo novos mercados para empresas nacionais, gerando emprego para todos os brasileiros", declarou Temer.
No vídeo, o presidente também destacou os dados sobre emprego divulgados no mesmo dia, indicando que em junho houve um aumento na criação de vagas pelo segundo mês consecutivo, depois de meses de queda.
Para Temer, esse resultado é a prova de que "estamos mudando o Brasil para melhor".
O mandatário celebrou ainda a aprovação da reforma trabalhista aprovada pelo Senado na terça-feira passada, depois de passar pela Câmara e sancionada por ele na quinta: "Nem os mais otimistas acreditavam que fosse possível recuperar o tempo perdido tão rapidamente. A nova lei coloca o Brasil no século XXI nas relações trabalhistas", afirmou.
Segundo Temer, a mesma "revolução" promovida na relação empregado-empregador com a reforma trabalhista será aplicada no que chamou de "simplificação do sistema tributário".
"O Brasil continuará avançando. Tenho coragem e disposição para fazer o que é preciso ser feito", declarou o mandatário apesar de admitir que tem pela frente um "desafio maior", a reforma previdenciária, que está parada na Câmara há dois meses e meio e que prevê um endurecimento nas condições para obter a aposentadoria.
A matéria precisa de mais votos do que a reforma trabalhista, pois se trata de uma proposta de emenda à Constituição (PEC). É necessário que um terço dos deputados e senadores dê aval ao projeto.
Temer voltou a defender a reforma no vídeo de segunda-feira, ao afirmar que significa a "salvação" para as próximas gerações."Governo, parlamento e a sociedade brasileira têm ainda desafio maior: salvar as nossas futuras gerações. Significa salvar a Previdência Social", enfatizou.
Na mensagem, Temer exaltou ainda os bons resultados na safra deste ano, a queda da inflação e dos juros, a regularização fundiária, além do aumento no crédito para pessoas físicas. Ainda segundo o presidente, a renda média do trabalhador está subindo e a indústria dá sinal de melhoras.
Em nenhum momento Temer fez referência à denúncia contra ele por corrupção passiva, apresentada pela Procuradoria Geral da República e que será votada pelo plenário da Câmara em 2 de agosto.
Temer venceu o primeiro round na quinta-feira, quando a maioria dos membros da Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) da Câmara rejeitou o parecer do relator, o deputado Sergio Zveiter, que recomendou que a denuncia fosse aceita para que o Supremo Tribunal Federal pudesse abrir o inquérito contra o presidente.
Em meio à polêmica troca de última hora de membros da CCJ de partidos da base aliada ao Governo, que ameaçavam votar a favor do relatório, por outros em sintonia com o Palácio do Planalto, foi aprovado também um parecer do deputado Abi-Ackel que pede o arquivamento da denúncia contra Temer.