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Brasília, 18 abr (Xinhua) - A Polícia Federal (PF) brasileira indiciou neste final de semana 63 pessoas acusadas de envolvimento na rede que adulterava carnes antes de serem vendidas e que liberava produtos com problemas, e que foi desarticulada por investigação das autoridades policiais através da operação 'Carne Fraca' deflagrada no dia 17 de março.

Segundo o delegado da Polícia Federal Maurício Moscardi Grillo,os acusados responderão pelos crimes de advocacia administrativa, concussão, corrupção passiva, crime contra a ordem econômica, emprego de processo proibido ou de substância não permitida, falsidade de atestado médico, falsidade, corrupção, adulteração de substância ou produtos alimentícios, organização criminosa, peculato, prevaricação, uso de documento falso e violação de sigilo funcional.

Vinte e uma empresas foram acusadas de fazer parte da rede entre elas as multinacionais BRF e JBS, duas das maiores produtoras e exportadoras de carne do mundo que controlam marcas como Seara, Sadia, Perdigão e Friboi e frigoríficos menores como Master Carnes, Souza Ramos e Peccin.

Entre os indiciados pela PF estão executivos das empresas investigadas e vários funcionários do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) envolvidos em um esquema de liberação de licenças e fiscalização irregular de frigoríficos.

Segundo a operação 'Carne Fraca", entre as irregularidades cometidas pelos frigoríficos estavam o uso de produtos químicos para maquiar carne vencida e a injeção de água nos produtos para aumentar seu peso.

A divulgação do escândalo levou pelo menos 25 países a anunciar restrições às importações de carne brasileira, embora a maioria já tenha voltado atrás, convencida pelos esforços do Governo brasileiro para demonstrar a qualidade dos produtos nacionais nesse segmento.

O Brasil é o maior exportador mundial de carnes bovinas e de frango e o quarto no fornecimento de carne porcina e, segundo cálculos do próprio Governo, a repercussão da "Carne Fraca' pode custar ao país a perda de 10% do seu mercado externo com prejuízos anuais de cerca de US$ 1,5 bilhão.