O Ministério da Defesa da China apelou, na quinta-feira (dia 23), aos países não pertencentes à região do Mar do Sul da China, a não criarem ameaças de guerra ou provocar tensões na região.
Ren Guoqiang, de 47 anos de idade, que se estreou como porta-voz do ministério na primeira conferência de imprensa deste ano, afirmou que a China tem vigiado o grupo de combate do porta-aviões norte-americano Carl Vinson, que entrou no Mar do Sul da China no sábado (dia 18).
Esta é a primeira patrulha de um porta-aviões na região desde que Donald Trump assumiu o cargo como presidente dos EUA.
“Esperamos que os EUA respeitem a soberania e interesses na segurança dos países na região, assim como façam esforços no sentido de promover a paz e estabilidade regional”, disse Ren, acrescentando que “também respeitaremos a liberdade de passagem e voo de outras nações, desde que estes estejam em conformidade com a lei internacional".
“A situação no Mar da China Meridional tem estado pacífica e estável. Países externos à região não devem deliberadamente criar ameaças de guerra ou tensão, mas sim injetar energia positiva como incentivo à continuidade do bom desenvolvimento".
Quanto aos laços China-EUA, "uma saudável relação militar sino-americana adere aos interesses básicos das duas nações, além de ser benéfica para a paz e segurança na região da Ásia-Pacífico e no mundo. Esperamos que ambos as partes possam trabalhar em conjunto, fortalecer a comunicação, evitar mal-entendidos e impulsionar as relações militares na direção certa", reiterou.
Teng Jianqun, investigador sénior de estudos norte-americanos do Instituto de Estudos Internacionais da China, disse que os EUA devem aceitar o fato de que o equilíbrio de poder está a mudar na região.
"A demonstração de poder bélico norte-americano não é um indício de paz, só torna a situação ainda mais complicada. Especialmente quando os países da China e da ASEAN estão prestes a assinar um código de conduta para o Mar do Sul da China", explicou.
Na conferência de imprensa, Ren negou também um relatório da mídia de que a China teria enviado tropas para a área fronteiriça adjacente à República Popular Democrática da Coréia, após a morte de Kim Jong-nam, meio-irmão do líder da RPDC, Kim Jong-un.
"O relatório é uma fabricação completa", afirmou