Cooperação com China é vital para Angola, diz embaixador Garcia Bires

Fonte: Xinhua    11.10.2016 08h51

Beijing, 11 out (Xinhua) -- A cooperação com a China é vital para Angola e já trouxe resultados positivos para os dois lados, disse o embaixador Garcia Bires em entrevista à Xinhua em Beijing, onde é lotado.

Bires é embaixador extraordinário e plenipotenciário para a República Popular da China, República Popular Democrática da Coreia, Mongólia e Paquistão. Segundo ele, Luanda e Beijing estabeleceram uma parceria estratégica e estão promovendo projetos de cooperação em várias áreas. "Com a tecnologia dos cientistas chineses, Angola já consegue produzir quase um terço do arroz que consome. Também estamos a aumentar o número de estudantes e técnicos na China. Além disso, há outras áreas que estão sendo bem exploradas, como o levantamento aéreo sobre uma região angolana. Já estamos no segundo ano."

Ele também ressaltou os conjuntos habitacionais construídos com assistência chinesa, que receberam visitas e elogios de líderes africanos. As "centralidades" são uma referência na cooperação bilateral. "Nosso objetivo para já é fazer centralidades em 18 províncias de Angola. Hoje estamos em quase 11 províncias."

O embaixador afirmou que há uma experiência bem-sucedida de cooperação sino-angolana e que recentemente foi confirmado que Angola possui uma das maiores reservas mundiais de mármore, cuja exploração requer a tecnologia da China.

"Ainda há muita coisa para fazer e ainda há muitos acordos para assinar na cooperação com a China."

Em 2015, Angola foi a segunda maior parceira comercial da China na África. Apesar de o valor das trocas entre os dois países ter sido afetado pelas alterações dos preços internacionais das commodities, Bires acredita que, ante a lenta recuperação da economia mundial, o comércio bilateral está em "uma fase passageira".

"A crise financeira mundial é provisória. Os países são capazes de se adaptar a ela. Angola também está com medidas. Além disso, a China aparece com parcerias estratégicas e vem financiando alguns projetos em Angola."

Segundo o embaixador, como Angola é estável político e socialmente e tem mais meios de produção e técnicos chineses, "podemos dizer que no futuro podemos retomar o nível das relações comerciais". Ele também lembrou que um fórum de investimento Angola-China ocorrerá em Luanda em novembro deste ano.

Em 11 e 12 de outubro será realizada a 5ª Conferência Ministerial do Fórum para a Cooperação Econômica e Comercial entre a China e os Países da Língua Portuguesa (Fórum de Macau). De acordo com o embaixador angolano, através do fórum seu país pode melhorar cooperação com a China e com os outros seis países lusófono presentes no evento.

"Neste fórum temos um único objetivo: melhorar as relações com a China e simultaneamente conhecer o que cada um dos sete países tem para oferecer a ele. (...) "Há um consenso entre os países da língua portuguesa e a China de que o fórum é uma forma de ligação entre a China e os países da língua portuguesa e simultaneamente um meio de comunicação entre os países da língua portuguesa. É a dupla vantagem dele."

Quanto à iniciativa do Cinturão e Rota, lançada pela China em 2013 e envolvida nos temas desta reunião ministerial, Bires considera que é uma boa iniciativa relacionar o Cinturão e Rota ao fórum. Segundo ele, a iniciativa do Cinturão e Rota traz muitos benefícios: pode facilitar as atividades econômicas entre Angola e a China, assim como criar mais oportunidades de negócios com outros países para Angola.

"Hoje em dias os países estão mais próximos, e a iniciativa ajuda as pessoas a circularem mais livremente. É uma vantagem da rota. Então com esta vantagem só dizemos "obrigado". Há oportunidades para nos sentir mais próximos."

Quanto ao outro novo tema do fórum --a cooperação na capacidade produtiva entre a China e os países da língua portuguesa-- Bires expressou grande expectativa: "Necessitamos melhorar nossa capacidade produtiva e aproveitamos de melhor forma o mecanismo."

O embaixador angolano também expressou grande confiança no futuro do Fórum de Macau. Na opinião dele, os novos temas que surgem neste ano são a "prova da vitalidade do fórum". Além disso, com a participação de alguns governos locais chineses, o evento se torna um ambiente cada vez maior para cooperação de negócios e também de trocas culturais. "Entre os países da língua portuguesa e a China haverá expectativas de melhorá-lo e aumentá-lo."

Ele também mencionou outro mecanismo na cooperação bilateral, o Fórum de Cooperação China-África (FOCAC, em inglês). Segundo Bires, Angola é um país beneficiado do mecanismo.

O embaixador angolano desejou o fortalecimento e a ampliação da cooperação sino-angolana. "Para nós, ela é vital. A cooperação com a China é a melhor que conseguimos obter em relações bilaterais."

(Web editor: Juliano Ma, editor)

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